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Escrito por: Rui Fiel
Começo a escrever com 1001 ideias na cabeça, que se reproduzem a uma velocidade estonteante… Desde que o dito “profissional” apitou pela última vez na Luz que penso no que quero ou no que vou escrever. Falhando um pouco para com o meu “chefe de redação”, julgo ser a primeira vez que tal me acontece. Caso para dizer que fui “Dominado p’la Bola” /bom trocadilho não chefe?).
Deixando de parte o tom jocoso por instantes, revelo-vos, quase em primeira mão, que me sinto triste, em baixo, revoltado até… Não que ache, como um bom português em caso de adversidade, que caiu o Carmo e a Trindade lá pelos lados de Alvalade, não! Sinto-me assim porque sinto também, perdoem-me o pleonasmo, que o Sporting Clube de Portugal perdeu não só um jogo, como muito do embale que esta vitória poderia trazer à sua equipa para o resto da temporada.
Aquela história de que certas derrotas moralizam é outro dos lugares comuns que me enraivece sobremaneira, não fazendo qualquer sentido, na minha opinião. Uma derrota é uma derrota, não pode trazer algo de bom, ainda para mais quando se fala num clube centenário, com um palmarés riquíssimo a todos os níveis.
Ainda no decorrer do jogo de ontem, num dos muitos momentos onde a minha equipa partia atrás do resultado, pensei redigir uma análise individualizada do que os intervenientes da listada verde e branca faziam ou, em alguns casos, não faziam dentro das quatro linhas. Felizmente a idade vai-nos proporcionando alguns momentos de lucidez e maturidade e eventualmente essas ideias Football Managerianas acabaram por se dissipar da minha mente.
Globalmente, porque em bom futebolês ganham todos e perdem todos, achei que ontem o derby serviu para, infelizmente, me dar novamente razão. Em quê? Simples. Basta reportarmo-nos à minha última crónica neste site, mais concretamente ao seu título; “Obviamente, não somos candidatos…”. Bem, à taça não o somos de certeza, mas, e mais uma vez infelizmente, essa premissa também serve para o Campeonato Nacional.
Nunca me senti um critico, se bem que a maior parte dos meus amigos teima em afirmar que nunca estou satisfeito com o meu clube, com o seu estado, equipa ou dirigentes. Quero acreditar que isso se deve a uma característica exigente e não rabugenta de mim próprio. Apesar de tudo, seguindo a linha critica, muito sucintamente afirmo que com estes centrais e sem um “10” à altura dos pergaminhos do clube, só poderemos aspirar ao terceiro lugar da Liga.
Custa-me bastante chegar a esta conclusão, ainda para mais exprimi-la de forma tão publica, mas nunca me escudei em nada nem em ninguém e sempre fui um adepto da livre expressão, portanto, aqui fica o registo.
Mas desengane-se quem pensar que com isto deixarei de pertencer ao enorme grupo de 12º jogadores de Alvalade espalhados pelo Mundo! Isso serei-o sempre, e com uma força brutal (lá diz a música que, para mim, teria de passar a hino oficial!).
Termino com aquilo que mais me martelou esta “telha” nas últimas 24horas, a arbitragem. Falo sem preconceitos, de óculos verdes postos mas na tentativa de ser o mais imparcial e coerente possível. Achei sobretudo que Duarte “O Profissional” Gomes, estava incomodado com o jogo. É publico o seu benfiquismo, o que revela sinceridade da sua parte face à “profissão” que agora desempenha, mas também o são algumas relações da sua vida privada que, infelizmente para o Sporting, envolvem Rui Patricio. Aquele cumprimento forçado na escolha de campo e o mau estar constante com que repreendia os atletas leoninos, demonstravam que talvez esta não fosse a melhor escolha para aquele que foi sem duvida um dos jogos do ano. Confesso que nenhum árbitro português me agrada, é um defeito claramente, mas para quem como eu jogou futebol, ver semanalmente um árbitro com uma atitude prepotente para com os atletas, e isto dá-se invariavelmente com todos os atletas de todas as cores clubisticas, não pode gostar deles. Mais, parece-me que realmente falhou em três ou quatro lances cruciais no encontro, cito-os:
1- fora de jogo por assinalar a Cardozo no terceiro golo do Benfica; (culpa do seu auxiliar, contudo lance de muito difícil análise);
2- grande penalidade CLARISSIMA de Luisão sobre Montero no inicio da segunda parte; (correndo o risco de fazer uma piada de mau gosto, até o Ray Charles viu);
3- não acho que seja mas, e aceito que os meus óculos estejam postos nesta situação, grande penalidade de Rojo sobre Luisão;
4- grande penalidade de André Almeida por mão na bola dentro da grande área.
Posto isto, não posso aceitar que este senhor seja alguma vez mais chamado para jogos deste calibre, pois não tem categoria para tal, profissional ou não!
Resta-me esperar que a minha equipa dê uma resposta cabal na cidade berço, não deixando os seus adversários diretos fugir na classificação. Espero que tenham tido paciência para ler tudo.
SL
