Prémios Ignóbeis do Futebol

 

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Escrito por: Cláudio Moreira

Numa altura em que estão a ser atribuídos os prémios Nobel, é de todo o interesse realizar, neste espaço, uma iniciativa semelhante. Assim sendo, decidi brindar uma troika de personalidades ligadas ao futebol não com os Nobéis do Futebol, antes com os Ignóbeis* do Futebol. Sim, porque há figuras incontornáveis do panorama nacional que há muito tempo têm trabalhado de forma séria e dedicada para receber um galardão com esta magnificência. Em meu nome, e em nome do colégio de jurados que me auxiliou nestas escolhas, aqui deixo os vencedores da primeira edição deste certame.

 

Miguel Sousa Tavares – Prémio Ignóbil da Lógica

Coloquialmente, apelidamos de ‘Velho do Resto’ o ser incapaz de esboçar um sinal de optimismo numa determinada circunstância. Ora, Miguel Sousa Tavares devia ficar eternizado como o ‘Velho das Antas’, considerando a sua faceta de pessimista inveterado. Desde há muito que vem-se mostrando um teimoso intratável ao defender cavalos de batalha absurdos como a inutilidade de um jogador como Moutinho, a aposta imediata em jogadores como Kelvin ou Iturbe ou, a mais recente, a recolocação de Rolando a titular no eixo da defesa. Ainda não percebeu, por certo, a função nuclear que é confiada à maçã podre, nem o risco que é atirar às feras jovens com pouca experiência, julgando que todos são como Ronaldo e pegam de estaca aos 18 anos, e, mais grave ainda, não deu conta da sólida dupla de centrais que Maicon e Otamendi perfazem. Não quero que o exterior do meu clube seja acrítico, mas às vezes parece que Sousa Tavares tem gosto em criticar só porque sim.

 

Luís Filipe Vieira – Prémio Ignóbil da Propaganda

A campanha está em marcha e Luís Filipe Vieira e a sua trupe estão empenhadíssimos nesta tarefa. Todos nos lembramos das famigeradas promessas eleitorais em campanhas anteriores: 300.000 sócios ou demito-me, a espinha dorsal da selecção nacional, a grandeza superior ao Real Madrid. Foi um fartote de populismo. Também sabemos que nenhuma destas prerrogativas foi alcançada, nem de perto nem de longe. Mas Vieira prossegue nesta senda de compromissos virtuosos que, mais tarde ou mais cedo, se revelarão infrutíferos. Aliás, alguns deles foram quebrados num ápice. Atentemos a estas recentes citações de Vieira:

“Vamos contar com um plantel de enorme qualidade, com muitas soluções e que qualquer clube da Europa se orgulharia de ter”;

“Vendemos o Javi [Garcia], mas resistimos a vender mais alguns jogadores”;

“Nos últimos 10 anos temos vindo a percorrer estrada de credibilidade e transparência e espero que com muitos títulos”.

Estes excertos têm um denominador comum – são mentirosos; e, nesta altura do campeonato, só os tolos se deixam iludir. Em futuros artigos, debruçar-me-ei sobre os resultados destas e de outras promessas feitas à luz das jantaradas com as Casas do Benfica.

 

Godinho Lopes – Prémio Ignóbil da Competência

O terceiro galardoado, num gesto de equidade clubística, é Godinho Lopes, o último abencerragem desta linha fidalga que tem tomado conta do clube. Último porque me parece incontestável que Bruno de Carvalho, claramente um homem cujos cânones não se coadunam com os de Soares Franco, Bettencourt ou Dias da Cunha, será o próximo presidente do Sporting. Voltando à razão do prémio, Godinho Lopes distinguiu-se porque, em pouco mais de ano e meio, vai já vai para o quarto treinador na equipa principal e ainda comete a proeza de estar a pagar os vencimentos de Domingos Paciência e de Sá Pinto, que tiveram guia de marcha devido aos maus resultados. Esta merecida honra também se deve em grande parte à estratégia preconizada para justificar a falta de rendimento: criticar a arbitragem. E temos que tirar o chapéu à instituição Sporting – contrata maus jogadores, não aguenta treinadores, não ganha títulos, muda de dirigentes como quem muda de camisa, mas, sejamos honestos, tem os melhores queixinhas do Mundo!

 

* Não confundir com os prémios IgNobel, que visam premiar investigações bizarras.

 

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