
O Palmeiras venceu por 0-3 em casa do Atlético Mineiro, mas o resultado acabou por não chegar para manter a luta pelo título, que caiu para o Flamengo graças ao triunfo por 1-0 diante do Ceará. A equipa de Abel Ferreira ainda atuou grande parte do encontro com menos um jogador, após a expulsão de Joaquín Piquerez.
No rescaldo, o treinador português centrou atenções na comparação entre essa decisão e o cartão vermelho que não foi mostrado a Bruno Fuchs na final da Taça Libertadores.
«O Palmeiras é um clube diferente e especial e, acima de tudo, sou um treinador de relações. A mim, só me engana quem eu quero. Hoje aconteceu um lance exatamente igual ao da final da Libertadores. Os títulos que ganhei no Palmeiras não têm asteriscos», afirmou.
Abel reconheceu o estatuto de vice-campeão em várias provas esta época, mas reforçou o seu orgulho no clube:
«Sim, perdemos, fomos vice-campeões. Este ano fomos ‘vices’ em quase todas as competições, mas viram o beijo que eu dei na medalha? Foi um beijo na medalha e no símbolo do Palmeiras. Tenho orgulho de ser palmeirense. Não há asterisco. Ganhamos e perdemos, mas não há asteriscos nos nossos títulos».
O técnico insistiu também no compromisso com o emblema paulista:
«Quantas vezes me ouviram dizer que seria contra tudo e contra todos? E que, depois do jogo contra o São Paulo, muita coisa mudou? A mim, só me engana quem eu quero. Tenho orgulho em ser treinador do Palmeiras e volto a dizer que, no dia em que sentirem que não represento o Palmeiras à altura, não quero receber nem mais um real».
Sobre a postura da equipa, foi claro: «Uma coisa é perder, outra é ser perdedor. Esta equipa perdeu, mas não é perdedora.»
Abel fez ainda um balanço do Brasileirão:
«Entendo que muita gente queira dizer que o segundo lugar é ruim, que nada presta. Hoje demos mais uma amostra daquilo que esta equipa demonstrou ao longo deste ano, enquanto nos deixaram, porque há coisas que controlamos e outras não. Chegámos com cicatrizes, jogadores que ainda estavam a sangrar.»
E concluiu com uma análise ao rendimento da equipa:
«Não reconheci a minha equipa com bola, porque perdemos o último jogo com bola. Hoje houve sensação de orgulho ferido, de caráter. Mesmo com toda a reformulação, com 12 jogadores a entrar ao longo do ano, com lesões e com três pontos na frente, não fomos capazes de segurá-los.»













