Quando avaliamos o trabalho de Luís Filipe Vieira, há sem dúvidas sentimentos contraditórios.

Estamos perante alguém que está há 16 anos à frente dos destinos do futebol do Benfica, e nesse tempo perdeu 10 campeonatos, tendo ganho 6, mas desses 4 foram seguidos – o que nos conduziu ao nosso primeiro tetra.

Na edificação de infraestruturas, Vilarinho e Vieira trouxeram o Benfica para um patamar muito elevado, apesar de isso ter sido feito à custa de um aumento do passivo muito acima do valor do edificado. Por outro lado, a visão estratégica do Presidente permitiu avançar com o Seixal, apesar de o Benfica não ter tido, até agora, uma política de segurar os novos talentos, havendo sempre uma sensação de pressa na venda.

Quanto à marca Benfica, houve, sem dúvida, um afirmar do prestígio nacional e internacional do Benfica, apesar de termos assistido a uma forte diminuição do espírito associativo e democrático que tanto caracterizava o Benfica e que se sente nuns estatutos totalmente absurdos e que se destinaram a reduzir a concorrência ao Presidente.

Se por um lado se viu um enorme reforço do profissionalismo do Benfica, sendo que o melhor é um scouting de grande nível mundial, também assistimos ao assalto de lugares-chave por parte de não Benfiquistas, o que é bastante lamentável.

Estamos perante um mandato recheado de contradições, onde tivemos coisas muito boas, onde vimos o Benfica envolvido em duas finais europeias e com grande pujança nas modalidades, ao mesmo tempo que vimos o passivo crescer para níveis incomportáveis e em que o espírito democrático foi amplamente afectado.

Podíamos estar perante um dos melhores Presidentes do Benfica, mas estamos perante uma Presidência arriscada com consequências ainda imprevisíveis. Só o futuro nos dará a resposta.

 

Autor: Bruno Costa Carvalho

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