Júlio César despediu-se do Benfica ontem, num adeus emocionado junto dos companheiros de equipa. O Imperador deixa a baliza encarnada depois de ter conquistado três títulos de Campeão Nacional, ganhando tudo o que havia para ganhar em Portugal. Contudo, não posso deixar de estranhar o timing em que esta saída acontece, visto que, segundo o jogador, ainda quer continuar a jogar. Rescindir contrato em Novembro não deixa de ser estranho, apesar de Júlio César ter afirmado que o fazia por falta de motivação nos treinos, preferindo fazer parte da solução e não do problema. É uma decisão de risco para o atleta, de 38 anos, e com um longo historial de lesões nesta fase final da carreira. Porém, é de louvar a atitude, daquele que é um dos guarda-redes mais titulados do mundo e que ficará ligado à história do Maior Clube em Portugal e, como o próprio disse, entrou pela porta grande e saiu também pela porta grande.

Quando este artigo for publicado, faltarão dois dias para o FC Porto-Benfica, que pode trazer uma reviravolta no topo da tabela classificativa. A minha convicção é a de que o Benfica sairá do Dragão com uma vitória, o que deixaria a equipa em igualdade pontual com os azuis e brancos. Qualquer outro resultado não é aceitável para um clube que quer ser Pentacampeão Nacional e que já foi eliminado das Competições Europeias com a prestação mais vergonhosa de sempre. Essa vitória será um ponto de viragem numa época que foi mal planeada e que, para além disso, ainda contra com o clima de guerrilha, para o qual agora a BTV também contribui com aquele espetáculo pobre às segundas-feiras, ainda por cima trazido por quem tanto criticou a estratégia do Porto Canal com os e-mails.

Não me querendo alongar muito neste tema, digo o mesmo que disse relativamente à postura do FC Porto: não é na praça pública que se debatem estes temas, lançando suspeição sobre as pessoas, sabendo como os ânimos no futebol são facilmente empolados.  O que desejo para o Clássico de sexta-feira, para além da vitória do Benfica, é que não haja casos dentro das quatro linhas e que os adeptos dos dois clubes contribuam para um grande espetáculo de futebol, algo que os responsáveis dos mesmos não têm feito.

Não podia terminar sem destacar os 101 golos de Jonas ao serviço do Benfica. Jonas é um jogador diferente de todos os outros. É o melhor ponta de lança a atuar em Portugal nos últimos anos e não é só pelos golos que marca, mas também por aquilo que dá à equipa e pela importância que tem dentro do campo, abrindo espaços e criando situações de golo para os colegas marcarem. Como disse e bem Nuno Matos, radialista da Antena 1, por alturas de um Benfica-Braga que os encarnados venceram por 2-0, depois de um golaço do brasileiro do meio da rua, na altura abrindo o marcador, o futebol nasce para todos, mas só brilha para alguns. E Jonas é mais uma dessas estrelas cintilantes a vestir o Manto Sagrado.

Autor: Johnny Lino

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