Numa extensa entrevista publicada pelo jornal Record desta sexta-feira, Frederico Varandas, presidente do Sporting CP analisa a atualidade do clube, começando desde logo pela admissão de erros na preparação da presente temporada.
O dirigente reconhece que “o momento de Bruno Fernandes ser vendido era no mercado de verão”, tendo acabado por preparar “a época dando como adquirida a venda” do capitão, que só ocorreria em janeiro.
“Esse é um dos erros que eu, como líder, assumo. Tivemos uma oferta única de 45 milhões fixos, mais 20 por objetivos . Achámos não poderíamos vender. Olhando para trás, de forma fria, hipotecou e condicionou muito a época de futebol deste ano. Havia necessidades de tesouraria de 215 milhões de euros. Tínhamos de fazer, e fizemos, 115 milhões líquidos em vendas nestes dois anos. Foi preciso um tremendo esforço”, afirmou.
No que às vendas já feitas diz respeito, o líder leonino garante que tiveram como objetivo assegurar que “nunca mais um presidente passe por aquilo” que teve que passar aquando da sua chegada ao clube de Alvalade.
“Ter de fazer 115 milhões em vendas de um plantel que não era assim tão rico. Gastámos 12 milhões no inverno e 13 no verão. E tivemos de preencher várias lacunas. Eu com 25 milhões se calhar comprava dois jogadores que o scouting tinha referenciado. Seriam titularíssimos. E outra coisa: todos os jogadores que vieram têm uma massa salarial ajustada ao seu valor e consigo retirá-los do Sporting de um dia para o outro, porque todos têm mercado. O plantel do Sporting hoje está adequado à realidade. Isto demora tempo a fazer, trabalho e competência”, referiu.
Nesse sentido, o presidente leonino iliba Hugo Viana de qualquer culpa na gestão da equipa: “É de extrema injustiça o que se diz de Hugo Viana. Sei os problemas e erros que cometemos, mas sei que foram muito condicionados pela nossa situação financeira. Os sportinguistas que entendam isto: eu precisei de fazer 115 milhões em vendas só para sobreviver”.