Escrito por: Duarte Pernes
O defeso está a terminar e a época, entretanto, começou. No final do passado mês de Abril tinha escrito que se o F.C. Porto quisesse renascer das cinzas teria que, simplesmente, reorganizar as suas bases e fortalecer a sua equipa. Fácil de afirmar, muito mais difícil de concretizar, mas por isso é que nos dragões existe uma estrutura dirigente que, por sinal, leva três décadas de provas de competência dadas em Portugal e na Europa.
Assim, ao cabo de quatro meses, fez-se tudo o que imperava fazer-se. O plantel foi reforçado segundo as pretensões do treinador e, da baliza ao ataque, os azuis e brancos apresentam opções variadas e de qualidade. Não há, neste Porto, um único sector do terreno que pareça mais débil, pelo menos ao nível de anos mais recentes. Admito até que o centro da defesa seja a zona, à partida, mais periclitante. Martins Indi é bom, mas chega com a difícil tarefa de fazer esquecer Mangala, e Maicon, o outro provável titular, tem um passado de seis anos no clube marcado por uma inconstância exibicional demasiado grande. Seja como for, e pela amostra que o último jogo em Lille deixou, o tempo concorrerá para que se diluam as dúvidas no eixo defensivo.
Sendo certo que, nas últimas épocas, o FCP nem se pode queixar muito das suas opções para a linha mais recuada, a grande novidade no presente é a fartura de escolhas para o meio-campo e para o ataque. Mérito para a SAD, que reconheceu os erros passados da maneira que importava fazê-lo: reagindo com acções concretas e práticas, mais do que com discursos públicos muitas vezes vazios de sentido e carregados de clichés que em nada contribuem para o melhorar da situação.
Mérito, e muito, também para Lopetegui. Se, como treinador, o basco ainda terá de provar o seu valor, enquanto manager e homem tem estado irrepreensível. Não só foi essencial na actuação do clube no mercado, convencendo jogadores a assinarem contrato quando estes até teriam outras propostas financeiramente mais apetecíveis, como vem demonstrando ter personalidade suficiente para lidar com um balneário que nem sempre é fácil de domar. No meio de tudo isto, ainda arranjou “coragem” para apostar em jovens provenientes da formação. Já é alguma coisa, o resto estará para chegar com certeza.
Facebook
Twitter
Pinterest
Instagram
YouTube
RSS