Mais uma época se iniciou no passado fim-de-semana. A pré-época em Portugal, por muito pragmáticos que queiramos ser, foi surpreendente. A habitual especulação sobre jogadores a chegar e a sair cedo começou, coisa normal. Mas então, o que sobressaiu? Desde logo a saída de Jorge Jesus e de Maxi Pereira para Sporting e FC Porto, respetivamente. Depois, os inusitados investimentos dos clubes atrás referidos quando se adivinhava uma época de contenção, tanto devido à situação económica do país, como pelo facto de em dois anos nada ou quase nada terem vencido. Aliás, o bicampeão nacional é que acaba por entrar em “desinvestimento”. Por estas razões apresentadas penso que o início desta época não tem sido menos que atípica. E talvez mais surpresas surgirão.
No nosso clube, uns estão preocupados e criticam tudo o que mexe e outros estão com excesso de confiança, pensando que para ganhar um campeonato basta meter 11 jogadores em campo e tudo se resolve. Também tenho as minhas convicções e as minhas incertezas, as minhas críticas e elogios e não me vou “autocensurar” sempre achar que algo deva ser criticado ou elogiado. Penso conseguir seguir um caminho mais pragmático, apesar de ser possível que, por vezes, a imensa paixão por este clube me tolde a visão.
É certo que a pré-época não augurou nada de bom, à semelhança de outras que culminaram em títulos. Também é certo que, na minha opinião, o plantel do FC Porto, como na época passada, é mais completo e com mais soluções de qualidade, ou seja, em termos de individualidades está mais bem apetrechado, mas isso não é sinónimo de ser melhor equipa, de ganhar títulos e de obter mais vitórias e a última temporada foi espelho disso mesmo. Temos, também, o possível ressurgimento do Sporting na luta pelo título. Tudo questões que têm sido faladas por jornalistas desportivos e adeptos benfiquistas ao longo desta pré-temporada.
Entretanto, chegamos à primeira jornada do campeonato. A magia do futebol voltou ao nosso país e a “sede” de ver o nosso clube jogar no estádio da Luz era muita. Vencemos por uma margem confortável. Quanto à exibição, foi fraca até ao primeiro golo, angustiante em certos momentos, mas a injecção de confiança dada pela cabeçada do “novato” Mitroglou revelou um Benfica com outra cara, alegre e a jogar bom futebol. Um pouco à semelhança dos 4-0 ao Arouca, no Estádio da Luz, onde pouco se tinha jogado até aquele momento e, num quarto de hora, marcaram-se quatro golos. Sempre disse que desde que se ganhe a exibição fica para segundo plano, e continuo a defender isso. A única diferença é que neste jogo frente ao Estoril, jogando bem ou a jogando mal, a nossa equipa não estava a mostrar qualquer fio de jogo até ao momento dos golos (ou da entrada de Talisca e de Victor Andrade se quisermos colocar assim as coisas). Isso, sim, pareceu-me preocupante. Contudo, apesar de ser notório a equipa precisar de melhorar (e penso que todos temos essa noção) a procissão ainda vai no adro, continuo a apoiar o trabalho de Rui Vitória e confio nas suas capacidades, até me dar provas em contrário, coisa que espero que nunca aconteça.
Seguimos em primeiro lugar, siga para a segunda jornada em Aveiro, frente ao Arouca. Força rapazes, força Rui, força Benfica. Sintam o clube e continuem a dar-nos alegrias e conquistas durante muitos e longos anos. O Benfica somos todos nós.
