Escrito por: Duarte Pernes
Danilo Luiz da Silva chegou ao Porto em Janeiro de 2012, depois de a sua transferência ter ficado acertada com o Santos no Verão do ano anterior. A contratação fez correr muita tinta: o jogador havia custado treze milhões de euros (um preço elevado) e o Benfica teve-o preso por pequenos detalhes. Como se não bastasse, alguns meses mais tarde soube-se que, afinal, os dragões tinham desembolsado mais cinco milhões de euros (que serviram justamente para ganhar vantagem sobre a concorrência vermelha). As dúvidas sobre a aposta portista no internacional brasileiro adensavam-se assim ainda mais, sobretudo entre a massa adepta azul e branca.
Volvidos mais de dois anos ainda há quem, teimosamente, questione os custos à volta deste negócio e que considere que se pagou um preço demasiado alto por apenas um lateral-direito. Do que já ninguém dúvida, pelo menos no presente momento, é da sua capacidade desportiva. Desde logo por não se estar «apenas falar de um lateral-direito». Danilo percorre toda a faixa e é fortíssimo tanto do ponto de vista defensivo como ofensivo. Esta poderá até estar a ser a sua temporada mais exuberante (e a prova disso é também a chamada regular à seleção brasileira, onde costuma ser titular), mas desde que chegou que se tem afirmado como o melhor do campeonato na sua posição.
Entendo que, de início, os custos envolvidos na aquisição do jogador tenham sido impressionantes, mas é preciso que se perceba que estes saíram inflacionados por uma conjuntura ampla que ditou essa mesma sobrevalorização: em causa estava um futebolista internacional pelo Brasil, que era campeão da Taça dos Libertadores pelo Santos – que, por sua vez, não costuma ser um negociador fácil, nem tem por hábito vender os seus craques por tuta e meia (que o diga o Barcelona, quando contratou Neymar) – e que tinha alguns clubes de renome europeu interessados nele, designadamente o Benfica como referi. Não será difícil entender que, com estes condimentos, seria impossível contratá-lo por números mais baixos e, cá por mim, prefiro tê-lo do lado de cá, sobretudo quando a alternativa mais provável seria vê-lo de águia ao peito.
O golo fabuloso que assinou no passado domingo, ao Rio Ave, foi o coroar de mais uma exibição auspiciosa, em que deu o litro e lutou até ao último segundo. Em Novembro deste ano, foi agraciado com um dragão de ouro mas, como afirmou Pinto da Costa, o canarinho até merecia receber esta distinção por duas vezes numa mesma gala (se tal fosse possível). Um verdadeiro Dragão a quem só falta assinar a renovação do vínculo contratual – assunto a tratar nos próximos meses, esperemos.
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