Escrito por: João Pereira
Tal como Fernando Pessoa e os seus heterónimos, o Benfica também tem apresentado várias “caras” durante esta época. Ora nos empolga, ora nos deixa desconfiados. Vemos boas jogadas, irregularidade, empolgamento. Vemos ainda, e estabelecendo o pararelismo com o poeta português supracitado, a simplicidade de Alberto Caeiro, a apatia de Ricardo Reis e o fulgor de Álvaro de Campos. Mas há mais… Como Pessoa ortónimo, vemos, várias vezes, uma oscilação entre uma fase mais tradicional, na linha da época passada e, neste caso, necessariamente boa e uma fase mais moderna, de ruptura com o passado, neste caso, obviamente má.
Vejamos, depois da Liga dos Campeões passar à história, o Benfica venceu bravamente na casa do segundo classificado e principal concorrente no campeonato, e ontem perdeu com o Sp. Braga em pleno Estádio da Luz, para a Taça de Portugal. Depois da Champions, a Taça de Portugal já é uma miragem. Parece ser incompreensível uma derrota caseira depois de uma vitória em pleno Dragão. Após a vitóra no campeonato e vencendo ontem, o Benfica poderia embarcar numa rota de motivação altíssima, sendo, assim, difícil fraquejar. Agora tudo voltou a ser questionado, apesar da vantagem no campeonato ser para já segura, se bem que ainda numa fase muito precoce da época.
No Domingo assistimos a uma exibição guerreira, de luta e onde Jorge Jesus conseguiu finalmente fazer funcionar a sua estratégia nos jogos fora de portas contra o Porto. Há duas épocas tal teria resultado não fosse o pontapé do museológio Kelvin (Mas afinal onde anda essa figura mítica do seu clube? Passará os dias a contemplar o seu canto no museu?). Lima reencontrou os golos, Enzo foi enorme, André Almeida manteve-se a bom nível e Samaris fez, talvez, o melhor jogo de águia ao peito. Já ontem, a equipa entrou empolgada e chegou à vantagem. O Braga fazia venenosas investidas ao ataque e acabou por empatar. Depois seguiu-se um autêntico recital do guarda-redes do Braga e o golo da vitória minhota. O Benfica não conseguiu dar a volta a situação e ficou pelo caminho.
É neste vai e vem de facetas que temos vivido. Depois da euforia no Domingo, o balde de água fria para a Taça. Depois da “Ode Triunfal”, o “Livro do Desassossego”. Daqui para a frente como será? Qual dos “heterónimos” é que o Benfica irá apresentar? Continuo a ter fé na nossa equipa, nos nossos jogadores e na equipa técnica porque de um momento para o outro criam uma obra-prima. Custa ser eliminado depois de um fim de semana que nos trouxe um triunfo tão saboroso. Mas seguimos na luta pelo principal campeonato, o bicampeonato. Veremos como surgirá a equipa depois da época festiva e que surpresas reservará a época de reabertura do mercado.
Desejo um Feliz Natal a todos os leitores e aos amantes do futebol em geral. Aos companheiros benfiquistas, que o Pai Natal seja generoso com o nosso clube e o próximo ano traga conquistas.
A subir: Ronaldo e Messi. Dois grandes jogadores, sempre a baterem recordes, bravo.
A descer: Liverpool. Os reds voltaram a desiludir e empataram em casa frente ao Basileia, num jogo que decidia a passagem à fase seguinte da Liga dos Campeões. Seguiram os suíços e a Liga Europa é o destino do Liverpool.
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