Escrito por: Duarte Pernes

Um avançado, um extremo e um médio. São estas as posições, nos dias de hoje, mais carentes numa equipa como a do FC Porto: com aspirações de vitória no campeonato e, simultaneamente, com possibilidades de progredir na Liga dos Campeões. O diagnóstico até nem parece difícil de ser feito. A reabertura do mercado fez a nação portista recordar-se das necessidades de reforço prementes que o plantel campeão nacional apresenta nesta altura e que, na verdade, já existiam em Agosto. À memória de todos virá sobretudo Hulk, que ainda não tem substituto (por força das “idiossincrasias” da janela de transferências do Verão), mas o problema não se circunscreve à sucessão do Incrível.

Como referi, facilmente se entendem as preocupações que assolam o universo portista. No meio-campo, Lucho já começa a dar sinais de fadiga. Parece evidente que El Comandante não tem andamento para uma época inteira como titular indiscutível. A sobrecarga de jogos não só limita o argentino fisicamente, como o faz perder clarividência nos momentos decisivos. Visto que não existe nenhum médio-ofensivo, na equipa principal, para além de Lucho González e que na equipa B também não haverá uma solução válida para o imediato, não resta outra alternativa que não seja a de equacionar-se a vinda de mais um elemento para este sector.

 

Deste modo, a opção Izmailov parece lógica, pelo menos olhando à questão posicional. O Czar, como se tornou conhecido por Alvalade, era uma paixão antiga da direcção do FC Porto, mas tem também um histórico de lesões considerável. A isto bem se pode acrescentar a falta de ritmo competitivo que, neste momento, o afecta. Tudo razões que fazem a massa adepta portista desconfiar das vantagens a respeito deste negócio.

Pela minha parte, confesso que não partilho do cepticismo reinante dos adeptos do FCP, pelo menos tomando como válido o tipo de acordo que tem sido ventilado pela comunicação social. Funcionando Miguel Lopes como moeda de troca, perde-se um lateral-direito que estava irremediavelmente de partida. Contando que Fucile regressa para ficar, também não tenho nada contra a ida de Miguel Lopes para o Sporting. Em sentido inverso, o FCP ganha um jogador de indiscutível valia a custo zero. O problema, ou eventual problema, relacionado com os índices físicos de Izmailov também me preocupa, mas não concebo a hipótese do FC Porto e do seu departamento médio não terem pesado os devidos riscos.

 

Relativamente ao trio de ataque, as interrogações são, porventura, maiores. A hipótese de retorno de Quaresma esfumou-se e, assim sendo, não se vislumbram muitas alternativas para o lugar de extremo. Eu, que estou por fora e não tenho a pressão de dirigir o melhor clube português, optaria pela contratação de um avançado-centro. Alguém com mobilidade, que tivesse capacidade não só para substituir Jackson Martínez no centro, como para descair para um dos flancos, jogando ao lado do colombiano em detrimento do irregular Varela. Seria uma espécie de dois em um, mas que também não parece fácil de encontrar.

Nesta altura, para o comum adepto, há mais dúvidas do que certezas. O grande desejo dos sócios é o de ver tudo resolvido com a maior brevidade possível. Resta esperar para perceber quais e quantas novidades teremos até à meia-noite do próximo dia 31. Agora, que vai haver mexidas, isso parece ser pacífico.

 

Saudações

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