Três notas soltas
Escrito por: Duarte Pernes
1. O FC Porto não aproveitou, na passada jornada, o deslize do Benfica na Madeira e não foi além de um empate em casa diante do Olhanense. Para lá da boa organização da equipa de Manuel Cajuda, os campeões nacionais bem se podem queixar de duas coisas: de azar em demasia e de terem um excelente guarda-redes chamado Bracalli, que evitou tudo e mais alguma coisa que partisse do ataque bicampeão.
Não me surpreende a boa prestação do jogador que o FC Porto emprestou aos algarvios já depois do início da temporada, nem sequer me incomoda minimamente a sua noite inspirada. Muito pelo contrário, sinto-me satisfeito por ver um atleta dos quadros do meu clube dar mostras de competência noutro emblema. Trata-se de um bom jogador e de um bom profissional que mais não fez do que cumprir com a sua obrigação. O que me importa relevar é que cai de novo por terra uma das inúmeras teorias conspirativas encarnadas que insistem, através da sua eficaz e sempre disponível máquina de propaganda, na ideia de que os jogadores que o FC Porto empresta chegam aos clubes que os recebem com o único fito de facilitar nos jogos contra os azuis e brancos. Addy, Ivanildo e Nuno André Coelho são mais três exemplos felizes que contradizem a doutrina anti-portista.
Tudo isto como se o Benfica não tivesse já um histórico longo de atletas emprestados a outras equipas (alguém se recorda do plantel do Leiria na época passada?). Mais do que isso, o clube encarnado adoptou a moda de se interessar e/ou contratar jogadores dos adversários assim que o mercado de Janeiro abre. Há dois anos, Jardel veio do Olhanense na semana antes do jogo entre os dois emblemas; no ano passado foi o Leiria a vítima, com Djaniny a ser transferido para a Luz dias antes do União-SLB (numa jornada em que o FC Porto tinha também acabado de perder dois pontos em Alvalade e, por isso mesmo, os responsáveis benfiquistas acharam que era melhor não facilitar); esta época Hugo Viana e Mossoró surgiram igualmente como alvos do Benfica, na semana que antecedeu o jogo deste em Braga, e com Vítor, o do Paços de Ferreira – sim, aquele que fez uma entrada “à Maxi” no jogo da meia-final da Taça e foi expulso – passou-se o mesmo. Águas passadas, até porque em Portugal o que é aceitável para o Benfica é criminoso para os outros clubes.
Saudações