Taça e Champions
Escrito por: João Pereira
Fim-de-semana de Taça. Fui um dos que esteve presente em Cinfães, bonita terra sobre o Douro, a assistir ao jogo. A equipa foi uma mistura de menos utilizados na equipa A com vários elementos da B, incluindo no banco de suplentes. Achei bastante estranho Jesus não convocar nenhum dos “pesos pesados” da equipa, nem que fosse para o ter como suplente para qualquer eventualidade, visto que muitos jogadores, como Gaitán, Enzo Pérez, Lima, entre outros, não foram para nenhum compromisso de selecções. E, sejamos sinceros, com mais elementos do núcleo duro, a festa seria ainda maior.
O Benfica venceu naturalmente, apesar da boa réplica dada pelo Cinfães. Deixando aqui um aparte, quero dar os parabéns à equipa do Cinfães, tem uma excelente conjunto e, com certeza, será uma séria candidata a subir para a Segunda Liga no próximo ano.
Como seria de esperar, face à miscelânea entre jogadores da equipa A e B, o Benfica não teve um fio de jogo definido nem exerceu um domínio acentuado. Valeu a maior capacidade física e individual dos nossos jogadores. Oblak, não teve muitas intervenções de relevo, mas notou-se que transmite segurança à defesa, salvo a falta de comunicação que houve com Sílvio na segunda parte. Ficaram dois lances na retina, um com a mão e outro com o pé, em que colocou a bola de uma maneira perfeita nos seus colegas de equipa. Sílvio esteve bem, apesar de denotar imensa falta de ritmo; a dupla de centrais, Steven Vitória e Jardel foi regular, notando-se falta de rotinas entre eles e Cortez não esteve nada bem. O defesa-esquerdo errou passes, mostrou-se nervoso e protagonizou um ou dois lances caricatos e absurdos. Com todo o respeito pelo homem que é, a verdade é que, como jogador, não tem qualidade para actuar no Benfica, ou se a tem, está muito bem escondida e demora a ser mostrada. Não entendo como se deixam escapar para clubes estrangeiros jogadores como Antunes e se contratam jogadores como este. Começo a achar que ser português é um requisito chave para não se ser contratado ou não ser aposta. Lindelof apesar de não aparecer muito no jogo, esteve bem tacticamente e mostrou qualidade; Rúben Amorim revelou-se esforçado, tentando levar a bola para a frente; Ivan Cavaleiro foi um dos melhores da equipa, mostrando rapidez, técnica e capacidade de explosão; Ola John, apesar do golo não me convenceu (Miguel Rosa, Cavaleiro, Urreta, Nolito, Bruno César, Pizzi, todos melhores que John); Djuricic esteve muitíssimo apagado, apesar de ter começado o jogo com alguns passes de classe. É uma pena ver um jogador de inegável qualidade ter um nível exibicional tão baixo. Espero que melhores dias estejam para vir para este mágico sérvio. Acerca de Funes Mori, por incrível que pareça, tal como Jorge Jesus, não desgostei do argentino. Segurou bem a bola, veio algumas vezes buscar jogo a uma zona mais recuada e pareceu-me trabalhador. Sem dúvida que não finalizou, mas não me pareceu mau de todo. Aliás, segundo me parece, Funes Mori nem joga mal, só que o seu maior defeito é mesmo a finalização, o que para um avançado é estranho. Por último Bernardo Silva, que não teve muitas oportunidades de se mostrar mas que se nota que tem magia nos pés, ao estilo Aimar, para além de ser bastante rápido e tecnicista. Em suma, foi um jogo de Taça, que serviu para Jesus lançar jogadores menos rodados e jovens em ascensão. Contudo, não consigo entender porque só ia colocar João Cancelo nos minutos finais (o jovem nem chegou a entrar pois o árbitro apitou para o final do jogo). O jogador da equipa B deveria ter jogado logo de início, como defesa-direito, passando Sílvio para a lateral esquerda.
Não queria deixar passar em claro mais uma pérola de Jorge Jesus. O treinador disse, no final do jogo, qualquer coisa como: “Quisemos apostar em jovens. Não se pode apostar só de boca, é preciso metê-los a jogar”. Pois bem, o nosso treinador tem toda a razão, portanto, assumo que esteja a fazer uma crítica a si mesmo. Se há alguém que aposta pouco ou nada nos jovens é ele. E a forma como atirou André Gomes às feras em Paris, sem o jovem ter realizado, até aquela data, nenhum jogo oficial pela equipa A na época e ter Sulejmani no banco, podendo passar Enzo Pérez para o meio…
Hoje é dia de Champions. O Estádio da Luz vestir-se-á de gala para receber o encontro entre Benfica e Olympiakos. O jogo não será nada fácil. Os gregos têm uma equipa forte, com várias individualidades como Saviola, Mitroglu ou Weiss. A tarefa do Benfica adivinha-se complicada e ainda mais complicada será na Grécia. No entanto, com o plantel actual, apesar de várias baixas, o Benfica tem capacidade, qualidade e poderio suficiente para levar de vencido o conjunto helénico. Há que ter atitude, que tem faltado, e força anímica para superar o marasmo exibicional em que a equipa tem caído. Este jogo é importantíssimo e a vitória fulcral.
A subir: A subir: Ibrahimovich/1º golo do Arsenal frente ao Norwich. O sueco marcou um golo fantástico, ao alcance de poucos. Se não fosse tao “louco” e não jogasse tão direcionado para o “show”, provavelmente estaria no patamar de Ronaldo e Messi. O golo do Arsenal é uma obra de arte colectiva, que teve em Cazorla, Giroud e Ramsey os principais autores. Um “tiki-taka” fenomenal e digno de ser visto e revisto.
A descer: Manchester United/Barcelona. Dois gigantes, dois fins de ciclo. O gigante inglês está a pagar pela saída de Alex Ferguson, parecendo não se adaptar às ideias do novo técnico, David Moyes. Este fim-de-semana sofreu mais um empate em casa. Já os espanhóis parecem afastados dos momentos aúreos, em que o “tiki-taka” não era inconsequente como agora se está a revelar. Empate em Pamplona, frente ao Osasuna e o Real Madrid a aproximar-se.
Saudações Benfiquistas.