Em entrevista exclusiva à SIC, o candidato a presidente do FC Porto abordou vários temas.
“Tenho muito carinho e respeito pelo presidente, por aquilo que nos deixa” afirmou André Villas-Boas.
Candidatura: “Tinha esta ambição desde há algum tempo de ser presidente do clube do meu coração. Sempre foi como um destino de vida e uma missão, sempre disse que teria uma carreira curta de treinador de futebol. Sempre fui muito obstinado e procurei atingir os objetivos que traço. Este era um passo que queria dar, passar ao dirigismo.”
Quando foi o ponto de não retorno: “Foi em 2022 que comecei a preparar a candidatura e as pessoas que me iriam acomapanhar. Pessoas, competências, programa eleitoral, cultura desportiva. Foi esta caminhada que me permitiu chegar aqui com uma candidatura forte.”
Por que motivo mudou de opinião e decidiu concorrer contra Pinto da Costa? “Sobretudo pelo momento em que se encontra o FC Porto. Fomos perdendo vantagem competitiva, enfranquecendo o os plantéis, é um momento de mudança absoluta, é preciso levar o clube para a modernidade.”
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Pediu para filmar a AG de dia 13 de novembro? “Não. Não pedi para filmar. Se quiser filmar esta entrevista ninguém o vai impedir, não esperaria que alguém viesse por trás e lhe tirasse o telemóvel, estamos num mundo livre. Pinto da Costa pediu para filmar as eleições? Isso não vai ser permitido, segundo o regulamento.”
O FC Porto está em incumprimento financeiro: “Da informação que reconhecemos sim, que está. Haverá e uma pena suspensa de três anos. O presidente continua a esconder a realidade aos sócios porques abe que a coima existe. Será um fator de pressão para a nova direção”
Saída em 2011: “São momentos diferentes. Tive uma proposta para sair e foi paga a peso de ouro por uma cláusula de rescisão que só há pouco foi batida em termos de treinadores. Falei com o Fc Porto sobre isso, Antero Henrique estava bem ciente do que se estava a passar, discutimos a hipótese de continuar. Essa ferida aberta já foi sarada há muito tempo e os sócios que querem mudança já me recebem de braços abertos.”
Sobre Sérgio Conceição: “Tenho uma visão muito clara do que quero na direção desportiva. todos os treinadores podem sentir-se mais ou menos confortáveis com este delinear de diferentes cargos, convém perceber as motivações do treinador. Ele manteve-se afastado do ato eleitoral. sento-me com ele e explico o programa. É uma coisa para decidir a dois e não apenas uma intenção. Se disser que não, terei de ir ao mercado contratar um treinador. Se já está identificado? Todos os sócios sabem perfeitamente qual é o treinador com ADN FC Porto. Sei perfeitamente o que quero relativamente a essa função. É a margem normal do mercado.”
Sobre João Rafael Koelher: “Só o candidato a vice da lista A é que tem acesso a toda a informação de taxas de juro, das que ele próprio cobra e de todas as outras a que o FC Porto se contrai. Nós não temos acesso, se bem que temos pedido.”
Vai ter de trabalhar com ele se for eleito: “Aí é que será uma boa balança de portismo. Iremos ver até que ponto se mede, se é apenas no ponto de vista dos interesses ou não.”
Refém: “Pinto da Costa está refém de João Rafael Koelher. Este candidato não é o mesmo com a forma, carisma e determinação que conhecemos. Está refém deste fundo e investidores que lhe foram emprestando dinheiro para poder pagar salários, agentes, fornecedores e clubes.”
Aumentar a receita: “É uma das coisas que custa relativamente às decisões estruturantes que o FC Porto está a tomar, ainda agora vimos com o negócio da Ithaka. Acho que vale muito mais, vale pelo menos o dobro. Não temos dúvidas do parceiro, é forte, mas os direitos comerciais valem muito mais do que 65 milhões de euros para 25 anos. A FC Porto Comercial é das poucas empresas que dá lucro e normalemtne perto dos 40M€. Acho que a margem seria muito melhor do 65M a 25 anos.
Alteração de nomes de empresários: “Não posso estar a responder a todas as barbaridades que a outra candidatura atira. O FC Porto tem de procurar as melhores condições para trabalhar, não se livra de trabalhar com nenhum empresário”
Operação Pretoriano, Pinto da Costa queria ir visitar Fernando Madureira: “Tem de perguntar ao próprio, não tenho nada a ver com isso. Só o atual presidente é que desvaloriza o que aconteceu na AG, sabe perfeitamente que houve queixas, sócios agredidos e a quantidade de queixas que o provedor do sócio recebeu.”
Não havia guarda pretoriana em 2011? Estamos a falar das mesmas pessoas: “Foi uma época brilhante em todos os pontos de vista, fomos uma máquina trituradora de vitórias. O que se passou naquela AG, comigo, jamais acontecerá. Haverá uma regulamentação nova e as clauqes estarao disponíveis para se sentar com o clube. Temos vindo a registar falhas evidentes na bilhética.
Fernando Madureira pode voltar a ser líder dos Super Dragões? “É o atual presidente da associação, são temas pelos quais temos de aguardar.”
E para continuar como sócio? “A minha intenção é tornar o FC Porto assistente nos dois processos abertos no MP, as agressões aos sócios na AG e o caso da bilhética. Vamos ver a que conclusões chegamos.”