O presidente do Nacional da Madeira, Rui Alves, considera que os campeonatos profissionais de futebol devem ser homologados de acordo com as classificações registadas à data da suspensão dos mesmos como medida de contenção do surto no novo coronavírus.
«Os regulamentos da Liga não preveem esta situação de exceção e, neste quadro de exceção, é preciso salvaguardar qualquer injustiça. É homologar pela classificação atual. Não há outra saída», defendeu em entrevista à RTP Madeira o presidente do clube líder da Liga 2.
Reconheceu ainda que 99 por cento dos responsáveis dos clubes do segundo escalão estariam de acordo com esta solução que confirmaria a promoção de Nacional e Farense ao principal palco do futebol português na próxima época: «Qualquer outro modelo trará mais confusão. De todas, esta seria a decisão que mais se aproxima da justiça desportiva.»
«É preciso aguardar por uma decisão uniforme da UEFA, que tomará uma decisão sobre o caminho a seguir. Confio que esse deve ser o caminho, em Portugal tenho receio que não», acrescentou, antes de justificar o receio: «Se o Benfica estivesse em primeiro, estaria mais tranquilo. Toda a gente sabe o que acontece quando os interesses do Benfica estão em causa. Se estivesse em primeiro, certamente a decisão sobre a homologação dos resultados seria muito mais fácil.»
Rui Alves considerou também que esta discussão sobre a homologação dos Campeonatos «irá expor a parte mais negativa do ser humano», numa altura em que se vivem «acontecimentos dramáticos» com as medidas que contenção que estão a ser impostas para controlar o surto do COVID-19.
Apesar de considerar que o grupo criado pela Liga de Clubes para acompanhar a situação «não serve para nada», a não ser para «contratar mais consultores amigos», Rui Alves assumiu que o organismo e o presidente Pedro Proença têm «estado bem ao alinhar posições com a Direção Geral de Saúde».
«Todos devemos de contribuir para a resolução do problema. Temos de ter consciência de que as consequências serão duras e que temos de nos preparar para a realidade porque, depois da saúde, teremos outro inimigo que será a economia», rematou, alertando para as consequências do surto nas contas de clubes e de outras áreas económicas.