O ambiente que rodeou o primeiro grande clássico da época, entre Sporting Clube de Portugal e Futebol Clube do Porto, ficou marcado pelo efectivo enorme respeito, de momento, existente entre os dois clubes.
Os respectivos presidentes Bruno de Carvalho e Jorge Nuno Pinto da Costa viram o jogo juntos na tribuna, os treinadores acabaram a partida aos abraços e os jogadores não quiseram fazer a desfeita, mantendo, diria quase a propósito, o nulo até ao final. Os adeptos do Sporting Clube de Portugal já não se lembravam do que era um jogo, para o campeonato, sem celebrarem um golo com a equipa e habituaram-se às goleadas e exibições de gala neste início de época, por isso viam este encontro como uma oportunidade para efectivar o assalto ao primeiro lugar da classificação.
O desempenho da maioria dos jogadores deixou a desejar, revelando-se estes incapazes de repetir alguns dos feitos já alcançados esta época; chegou até a dar vontade de interromper o jogo para abanar cada um deles e assim fazer com que se soltassem. A nossa equipa é capaz de fazer mais e melhor, mas não nos podemos esquecer que do outro lado estava o actual líder do campeonato, incumbido, nitidamente, de utilizar este jogo para mostrar um presidente revigorado e um treinador combativo, não faltando a este sequer as técnicas de motivação muito associadas ao clube do Norte, com palavrão, para aterrorizar adversários, incluído. Ao contrário do que acontecia em outros tempos, a sensação enraizada hoje junto dos sportinguistas, ao nos apercebermos destas estratégias paralelas ao jogo, é a de que o Sporting Clube de Portugal conquistou respeito e não nos pode deixar de dar uma pontinha de satisfação perceber os festejos do adversário pelo empate, mesmo sabendo que não conseguiu quebrar a tradição da última década, não conseguindo, mais uma vez, conquistar os três pontos em Alvalade.
Que esta mudança de paradigma sirva de alento extra à equipa e que esta consiga soltar o “Rugido do Leão” ao longo do muito campeonato que ainda há para jogar – venceremos!
A terminar, e como não poderia deixar de ser, referir a despedida emocionada de Adrien Silva ao seu clube do coração. Jesus, que extraordinário jogador levará a chancela Sporting Clube de Portugal para um campeonato de outro mundo.
Boa sorte, capitão!
Autor: Filipe Loureiro