
Quando pensávamos que o futebol português já não conseguiria surpreender, eis senão quando aquele resolve presentear-nos com uma capacidade inusitada: passar atestados de incompetência às autoridades. É quase diária a aparição de agentes, de uma ou outra forma ligados ao futebol, a fazerem revelações bombásticas e com hipotética matéria criminal. Não vamos discutir a validade das acusações, nem a suposta inoperância das entidades competentes ao não mostrarem uma atitude preventiva; vamos, sim, sublinhar a evidente descredibilização geral que começa a reinar.
O futebol português, a nível interno, precisa, com urgência, de sair deste aflitivo estado de pequenez colectiva e estou convencido de que só com “jogo limpo” o poderá conseguir. Dentro e fora das quatro linhas, todos os envolvidos nesta indústria têm de se focar num espectáculo livre da desconfiança. Percebamos como alguns campeonatos de outros países se livraram da decadência e sigamos as suas pegadas, mas sem nos esquecermos de olhar para o campeonato italiano.
A série A, do “Calcio”, teve na desconfiança, originada em situações similares às que hoje acontecem por cá, a origem da falta de competitividade e consequente desinteresse. Nas linhas anteriores, fica implícito que também o Sporting Clube de Portugal, como parte integrante de toda a máquina do futebol nacional, tem padecido dos efeitos nefastos da desconfiança e esta vem até de dentro, imagine-se.
Muito tem sido feito, pela actual direcção, em prol da transparência no clube leonino e estou convencido de que os resultados começarão a aparecer, não tarda. Aconteça o que acontecer na fase de grupos da Liga dos Campeões, a prestação da equipa tem já um saldo muito positivo e a nível interno temos todas as possibilidades de fazer desta época um ponto de viragem. Compreendo que a luta pelo poder, num clube democrático como o Sporting Clube de Portugal, leve, de tempos a tempos, ao digladiar dos galos pelo poleiro, mas atenção a como e quando o fazem, meus senhores, pois tudo pode redundar num belo golo… na própria baliza.
Autor: Filipe Loureiro
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