Ricardo Araújo Pereira apela ao voto em Benitez

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Leia a nota de Ricardo Araújo Pereira:
“Quando forem votar, este sábado, os benfiquistas terão ainda bem presentes na memória as eleições de Outubro passado. Lembrar-se-ão certamente de que havia dois blocos em disputa. De um lado, a direcção que acabara de perder dois campeonatos em três para um adversário intervencionado pela UEFA, que tinha adoptado uma política desportiva de ziguezagues e navegação à vista, que tinha proposto uma OPA declarada ilegal, e que tinha envolvido o clube num elevado número de processos judiciais. Do outro, uma oposição que exigia competência, transparência, democracia e honestidade. Menos de um ano depois, parece claro que a realidade se encarregou de dar razão às críticas e preocupações da oposição. E também é evidente que, dos dois candidatos que agora se apresentam a eleições, só um estava do lado certo.
Lembrarei para sempre o que, como jogador, Rui Costa fez pelo Benfica, sobretudo a facilidade e elegância com que oferecia golos aos seus companheiros. Mas, infelizmente, também não consigo esquecer os anos que passou, como dirigente, a fazer assistências para auto-golos. Com a camisola do Benfica foi extraordinário; com a gravata tenho pena de não poder dizer o mesmo. Tolerou as decisões baseadas em caprichos e luzes, não quis ou não soube opor-se ao desinvestimento no ano do penta, caucionou, com o seu prestígio, as constantes mudanças de estratégia, não se apercebeu das estranhas movimentações no capital social da SAD.
É, objectivamente, co-responsável, por acção ou omissão, pela sucessão de acontecimentos que nos conduziram a estas eleições, menos de um ano depois das últimas. A 26 de Outubro do ano passado, Luís Filipe Vieira e Rui Costa deram uma entrevista conjunta à TVI. Quando se falou da hipótese de suceder a Vieira, Rui Costa respondeu: “Antes de mais teremos aqui quatro anos para ver se eu tenho capacidade ou não para chegar àquele dia e me candidatar. Porque isto não basta o meu orgulho e o meu benfiquismo.
Tem de haver a minha sabedoria e capacidade para dar continuidade a um projecto que tem sido fantástico.” Concordo que o benfiquismo é condição necessária mas não suficiente para ser candidato a presidente do Benfica. E registo que não tivemos os tais quatro anos que o próprio Rui Costa considerava necessários para avaliar se tinha capacidade ou não para se candidatar. Onze meses depois de proferir essas palavras já era candidato.
Francisco Benitez integrou, com generosidade e espírito de união, o grupo de benfiquistas que, nas eleições de 2020, pretenderam dar ao clube um novo rumo – que, como ficou demonstrado, era bem necessário. Agora, volta a disponibilizar-se para se bater por um Benfica que seja um clube antes de ser uma empresa, que honre os princípios dos seus fundadores, e que tenha todas as condições para cumprir o seu destino: ganhar.