Responder em campo às provocações
3 min readSe dúvidas havia, elas ficaram desfeitas. À quarta jornada, anterior ao clássico entre FC Porto e Benfica, Vítor Pereira, o responsável pelas nomeações dos árbitros, decide novamente dar um ar da sua graça e designa Bruno Paixão para o jogo dos bicampeões e João Capela para a visita do FC Porto a Arouca.
Como o Benfica teve um início periclitante, e não vá o Diabo tecê-las, o mais prudente foi nomear um árbitro sobejamente conhecido pela sua falta de apetência para a actividade. Ou melhor, há quase duas décadas que o vemos, com a maior das passividades, a espalhar o seu benfiquismo pelos campos de todo o país. Mais a norte, vai estar João Capela – o mesmo é dizer que vai estar um árbitro recordista: apitou fora do Dragão dez dos últimos onze jogos em que lhe calhou em sorte o FC Porto; mais: nos 13 jogos em que arbitrou o Benfica, nunca o clube da Luz sofreu um golo. O Livro dos Recordes do Guiness não estará à procura de uma façanha desta natureza?
Eu não acredito em bruxas. Mas que as há, há…
A juntar a todo este enredo, já de si deveras curioso, o presidente do Arouca decidiu que o jogo se realizaria na terra local, não querendo levá-lo para o Municipal de Aveiro, como ocorrido há 20 dias para defrontar… o Benfica. De facto, não se entende como num tão curto espaço de tempo se tomam decisões distintas perante situações idênticas. E estando a cidade do Porto muito mais próxima de Aveiro do que Lisboa, esta discrepância torna-se ainda mais difícil de entender.
Curiosamente, ou não, há um denominador comum em todas estas situações carregas de mistério. O tal clube que há dois anos para cá não fala de árbitros, nem corrupção, nem do sistema. A temática da verdade desportiva, usada até à exaustão durante anos, ficou na gaveta, tornando-se quase um tema tabu para os lados da Luz. É que nem o risco riscado do Apito Dourado se ouve nos dirigentes e comentadores do Benfica. Vá-se lá saber porquê…
No meio de tudo, é bom que não nos afastemos do essencial. Sim, todas estas peripécias têm o que q.b. de seriedade, mas acima de tudo isso está a perseverança do FC Porto em fazer frente a todas estas provocações primárias. Não adianta queixarmo-nos de A ou B se não agirmos em conformidade dentro do campo. De nada vale criticarmos a incongruência em que vive o nosso futebol se não quisermos ganhar e jogar bem sobre todas as outras coisas. É bom não perdermos de vista todos estes aspectos, mas o foco deve estar sempre e em qualquer circunstância dentro das quatro linhas
Por isso, só espero que no sábado o FC Porto dê o grito de revolta propalado por André Villas-Boas há 5 anos. Lopetegui trabalha muito bem a conferência de imprensa, mas, depois, no jogo jogado, não há conformidade entre aquilo que planeia e o que os jogadores executam. E têm neste momento os motivos extra que mencionei. Noutra era, a reacção seria imediata. E com estragos para os adversários. Mas já vimos que tempos idos não voltam mais.
Oxalá esta equipa me entusiasme doravante, até porque vem aí um período complicadíssimo.
Nota: Acabo de ver a convocatória para o jogo contra o Arouca e Lopetegui parece que se quis juntar à festa. Varela sai da convocatória depois de um jogo. Na partida anterior, Cissokho já havia sofrido a mesma sansão. Se é para castigar um jogador a seguir a uma má exibição, então Herrera e Tello deviam ter visto todos os jogos desde a Tribuna…