A CAA Stellar, agência que representa Ivan Jaime, pronunciou-se esta segunda-feira acerca do afastamento do jogador espanhol no FC Porto, que considerou um “amesquinhamento público, com prejuízo profissional, mas também com dano pessoal”.
Em comunicado, os representantes de Ivan Jaime revelam que não se manifestaram antes devido ao “momento eleitoral sensível” dos dragões, onde era “imprescindível ser fator de estabilidade e não de instabilidade, de união e nunca de desunião”.
Conhecido o resultado das eleições, vencidas por André Villas-Boas, a CAA Stellar e o jogador “apelam a que cessem todos os comportamentos, oficiais ou oficiosos, institucionais e pessoais, que, de forma contra a ética e até contra a lei, o têm gravemente prejudicado”.
Ivan Jaime continua com “a mesmíssima vontade” que tinha em agosto, quando chegou ao clube, e espera “vir a ter finalmente as condições para concretizar as ‘inúmeras potencialidades’ que o seu treinador nele então declarou ver”.
Eis o comunicado na íntegra da agência que representa Ivan Jaime:
«A CAA Stellar e o atleta Ivan Jaime mantiveram até hoje um silêncio doloroso, porque a sua ética e o seu profissionalismo lhes exigiram um respeito institucional total pelo momento eleitoral que o Futebol Clube do Porto viveu nos últimos meses e que agora se concluiu.
Só por isso, não desmentimos antes todas as notícias, referências, declarações e, infelizmente, insinuações que têm vindo a pôr em causa o bom nome, o prestígio profissional e os méritos desportivos do atleta profissional internacional de futebol Ivan Jaime.
Estando o Futebol Clube do Porto a iniciar um novo ciclo, que desejamos de estabilidade organizativa, sucesso desportivo e financeiro e reafirmação institucional como um dos maiores clubes de futebol profissional da Europa e, por isso, do planeta, este é o momento do jogador Ivan Jaime encontrar espaço para fazer ouvir a sua voz, a verdade que vive todos os dias.
Em agosto de 2023, Ivan Jaime disse publicamente que a opção de ingressar no Futebol Clube do Porto tinha sido uma opção “tomada a todo o custo”, por exprimir a forte vontade e a inabalável convicção que eram as suas de, aí, encontrar o contexto desportivo, atlético e profissional que corresponderia melhor ao seu reconhecido talento futebolístico, à sua aclamada capacidade de ler o jogo, à sua permanente entrega física e à sua inquebrantável lealdade.
Oito meses passados, nada se alterou nesta vontade ou nesta convicção. Nada se alterou na condição física ou mental de Ivan Jaime em nenhum das mais de duas centenas de dias que se sucederam desde a sua chegada ao Futebol Clube do Porto. Em nenhum destes dias o atleta cumpriu menos ou pior, se entregou com falta ou com desconfiança, se apresentou com reserva mental ou física ou deixou de desejar profundamente que o Futebol Clube do Porto possa ser a sua casa afetiva, desportiva, profissional e pessoal; que possa ser o clube que o faça feliz e que o Ivan Jaime ajude a fazer ainda mais feliz. Em cada um destes dias mais de 200 dias, o atleta fez e foi o que dele se espera, o que dele se exige e o que se devia reconhecer e agradecer.
Esse reconhecimento e esse agradecimento nunca chegou. Chegaram antes um afastamento anunciado, críticas na praça pública e o seu amesquinhamento público, com prejuízo profissional, mas também com dano pessoal. O jogador, durante meses, nada disse, em nada se defendeu. O Futebol Clube do Porto vinha em primeiro e, em momento eleitoral sensível, era-lhe imprescindível ser fator de estabilidade e não de instabilidade, de união e nunca de desunião.
Definido o rumo que o Futebol Clube do Porto viverá nos próximos anos, o jogador Ivan Jaime apela a que cessem todos os comportamentos, oficiais ou oficiosos, institucionais e pessoais, que, de forma contra a ética e até contra a lei, o têm gravemente prejudicado e, por isso mesmo, natural e consequentemente prejudicado também o contributo que ele tem a mesmíssima vontade de dar ao Futebol Clube do Porto que tinha quando chegou, no último dia de agosto de 2023, esperando assim poder vir a ter finalmente as condições para concretizar as “inúmeras potencialidades” que o seu treinador nele então declarou ver.»