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O Futebol à distância de um clique

Regressão na continuidade

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Escrito por: Duarte Pernes

 

Que hei-de eu escrever desta vez? Esta é uma dúvida que assalta qualquer cronista de vez em quando, sobretudo quando não há realmente nada de diferente para falar. O estimado leitor não levará a mal esta interrogação retórica em jeito de desabafo e, certamente, compreenderá também a minha intenção de fazer imperar a actualidade em todos os meus artigos. Porém, no caso do meu clube, o presente pouco ou nada vai divergindo do passado recente.

Assim sendo, é-me quase impossível não repetir algumas das ideias que neste espaço veiculei. Do Porto de Paulo Fonseca já deve ter sido dito tudo o que é possível e imaginário. O que se passa realmente é uma descida contínua e desesperante que parece não conhecer inversão. Aliás, ontem à noite, após ter saído do estádio, vinha no carro a ouvir rádio e, confesso, mal o treinador azul e branco começou a falar mudei de estação.

Pergunto-me, no entanto, se estarei a ajuizar mal a situação ou a ser demasiado redutor na avaliação que faço à conjuntura vigente do campeão nacional. Vamos lá reflectir outra vez então:

– O Porto tem um plantel que lhe permitia estar numa situação mais confortável. Com efeito, a presente equipa serviria, ou deveria servir, para passar a fase de grupos da Champions. Nem era preciso ser-se mais forte do que o Zenit, bastava ganhar em casa ao Áustria de Viena. De igual modo, no campeonato, mesmo atendendo à valia da concorrência, um dragão igual a si próprio dificilmente perderia alguns dos pontos que perdeu em casa com o Nacional e fora com o Marítimo, Belenenses e Académica (recorde-se que os tri-campeões chegaram a estar na liderança com cinco pontos de vantagem).

– Por outro lado, há jogadores que, como também referi há tempos, estão a render muito menos do que o que valem. A boa notícia, por paradoxal que pareça, pode estar aqui. É que se para Paulo Fonseca a margem de manobra e tolerância parecem ter desaparecido, nem tudo o que se vê nalguns dos novos futebolistas é negativo: Quintero é um diamante em bruto; Herrera está a desabrochar e a confirmar as boas indicações que havia deixado; Carlos Eduardo tem futebol dos pés à cabeça; Josué e Ghilas poderão não ser de nível mundial, mas a sua utilidade parece-me insuspeita. Contudo, todos eles são afectados pelo mal colectivo. Além do mais, é preciso ver que os nomes mencionados se juntam a um grupo de jogadores já consagrados por cá.

Portanto, a partir daqui o treinador torna-se num dos principais responsáveis porque lhe deram matéria-prima e condições de trabalho para mais. Claro que, é preciso não esquecer, Paulo Fonseca não chegou nem se mantém no comando do FC Porto por decreto seu. Agora, o que é igualmente indesmentível são as responsabilidades efectivas que a ele devem ser imputadas no mau momento azul e branco.

 

Nota 1: Aconteça o que acontecer até lá, prometo ao excelentíssimo leitor não voltar a tocar no assunto Paulo Fonseca daqui a duas semanas. É bem possível que tal se torne num exercício complicado de criatividade expositiva e argumentativa, mas até pela enorme consideração pessoal que mantenho pela pessoa em questão, tentarei fazê-lo.

Nota 2: A CD da Federação decidiu manter o FC Porto na Taça da Liga. Decisão expectável e justa. A única coisa que o alarido gerado por Bruno de Carvalho e seus pares conseguiu foi escamotear a inenarrável arbitragem de Manuel Mota no jogo dos dragões com o Marítimo.   


 

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