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Quo vadis, Porto?

No artigo de hoje, o tema é inevitável: o clássico de há uma semana. Aquilo que pretendia escrever congrega inúmeras ideias, uma vez que o jogo foi bastante frutuoso e levantou múltiplos pontos de interesse. Ora, se eu discorresse tudo aquilo que tenho em mente, o leitor provavelmente perdia interesse a meio da leitura, pois o texto seria demasiado extenso. Por isso, aqui ficam algumas notas avulsas – do antes, durante e depois – sobre os aspectos que mais me chamaram a atenção.

1) Por onde andou este Porto? Onde andou esta garra, esta sede de vencer, esta vontade inabalável de lutar até ao último segundo pelo melhor resultado? Não sei por onde andou, mas se vier para ficar, então, que seja muito bem-vindo! Passaram-se meses desde a minha vontade em descortinar no Porto da era Vítor Pereira um novo grito de revolta. Reapareceu na Luz e boa parte da responsabilidade deve ser atribuída a Vítor Pereira. Muitas vezes critiquei-o, bem sei, mas no clássico há que tirar-lhe o chapéu – deu mais uma lição ao Mestre da Táctica e mostrou (uma vez mais) que não tem medo de decisões difíceis, muito embora nem sempre tome as mais correctas.

2) O crescimento de Maicon tem sido incrível. Quase que me apetece dizer que lhe fez bem esta viagem temporária até à lateral direita. Está agora mais maduro, comete aqui ou ali uma infantilidade, mas está claramente talhado para outros voos. À semelhança de Pepe ou Bruno Alves, Maicon passou por um período de alguma animosidade com os adeptos, fruto da constância de erros, mas a paciência, a crença e a perseverança da estrutura portista não deixaram esmorecer este talento e agora é vê-lo como o patrão da defesa e central goleador. Ainda neste particular, realce para uma adaptação que parece dar resultado em momentos de aperto (Djalma a lateral direito) e para o retrocesso de Otamendi, que, ultimamente, tem tido momentos de desconcentração e letargia inadmissíveis.

3) A esta vitória no estádio da Luz não é alheio o reaparecimento de Hulk. O número 12 fez aquilo que melhor sabe, marcou um golo como só ele sabe e precipitou a expulsão de Emerson; não fez uma exibição de encher o olho, mas trabalhou o suficiente para dar à equipa o que ela precisava. Quando Hulk está bem, o Porto está bem.

4) Caiu o mito de que o Benfica só perdia pontos porque não jogava Javi Garcia. Ora, o autoproclamado ‘jogador leal’ jogou os 90 minutos e não impediu que a sua equipa saísse pelo segundo ano consecutivo derrotada em casa pelo Porto. Julgo também que, se dúvidas havia, Fernando demonstrou que nas funções de médio-defensivo não tem concorrência à altura neste campeonato. Depois de um final de época atribulado, o Polvo atacou este ano de uma forma fantástica, sendo claramente o jogador mais influente do 11 portista.

5) Começo a sentir que a cláusula de €45 milhões de James Rodriguez é manifestamente pequena para um jogador deste nível. Que salto qualitativo deu este bandido! O futuro do futebol vai passar pelos pés deste colombiano, por certo.

6) Numa breve análise ao trabalho de Pedro Proença, é justo que se diga que errou para ambos os lados e que as suas decisões influenciaram o resultado. No entanto, escalpelizando os principais lances, o Porto sai em desvantagem: se o árbitro fosse coerente na admoestação de cartolinas amarelas, Cardozo era expulso antes mesmo do intervalo e, assim, não estaria em campo para fazer o segundo golo, golo esse que nasce de uma falta que só Pedro Proença viu; depois, fez vista grossa a uma dupla grande penalidade de Cardozo (por esta altura dava direito ao terceiro cartão amarelo) quando o resultado registava um empate a duas bolas e, já no finalzinho, é poupada a Maxi uma ida para os balneários antecipada. Porém, estes erros, para os Goebbels encarnados, não existiram e Pedro Proença e os seus auxiliares só começaram a arbitrar o jogo a partir do minuto 85, altura em que o Porto marca o golo da vitória através de um tento em fora-de-jogo. A propaganda vermelha bem tentou vender a ideia, ainda a tenta vender!, de que perdeu o jogo por causa da arbitragem, mas os representantes do Pravda da Luz esqueceram-se que milhões de pessoas viram o jogo todo e não só os 5 minutos finais.

7) Todavia, a propaganda encarnada alastrou-se para outros campos e revelou o carácter que possui. Nem sempre uma imagem vale mais do que mil palavras, mas, neste caso, é bem elucidativa das atrocidades que podem ser comitadas quando não se sabe perder.

 

8) Ir do 8 ao 80. Esta é uma expressão que encaixa na perfeição ao típico adepto benfiquista. Quando tinham cinco pontos de vantagem sobre o segundo classificado, era vê-los a deitar foguetes e a ter assomos de altivez; agora que as coisas deram para o torto, depois de 8 pontos perdidos em 9 possíveis, é vê-los a ignorar o falhanço e atribuir responsabilidades a terceiros.

9) “E agora, Porto?” é a pergunta que se coloca. Ainda não tenho certezas sobre se a vitória na Luz nos dará uma injecção de moral para encarar o que resta da época ou se foi apenas um episódio de transcendência de um plantel que sabe quem é o inimigo e que sabe motivar-se quando o defronta seja em que circunstância for. Aguardemos serenamente pelos próximos episódios.

 

 

 

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