Segundo o jornal o Jogo, Carlos Queiroz esteve esta segunda-feira envolvido em grande polémica na Colômbia, na sequência de uma conferência de imprensa em que explicou que o lateral-esquerdo Sebastián Villa não está riscado da seleção, apesar do caso de violência doméstica em que está envolvido.
Em primeiro lugar, Queiroz foi criticado pela resposta que deu publicamente. Em segundo, pela resposta que deu numa conversa pessoal com um assessor quando pensava que mais ninguém o estava a ouvir. Mas estava…
O cerne da questão ocorreu já em abril, quando o jogador do Boca Juniors bateu na mulher, Daniela Cortés, e esta divulgou o caso nas redes sociais, em que surgiu, inclusive, numa fotografia com os lábios a sangrar.
O caso foi para a justiça e Villa ainda não recebeu sentença, mas voltou à ordem do dia quando Queiroz afirmou aos jornalistas que o jogador entra nas suas contas.
“É um assunto que as autoridades civis, sociais e políticas colombianas terão em consideração. eu não sou uma instituição. Há um jogador que joga na liga argentina, que é colombiano e pagam-me para eu saber se ele tem qualidades para jogar na seleção colombiana. Quando os tribunais tomem decisões, eu irei respeitá-los. Depois disso eu irei acatá-las”, afirmou, no que provocou desde logo uma enorme onda de críticas nas redes sociais, até pelo grande impacto que este caso tem tido no país.
Depois disso, a jornalista que tinha feito a pergunta a Queiroz escreveu nas redes sociais: “A seleção também é uma instituição, professor Queiroz. Há muitos anos que é uma instituição social neste país. Precisamos de protocolos e de medidas contra a violência de género. Você não vem aqui apenas para escolher desportistas.”
Entretanto, a conferência terminou e o assessor de imprensa da seleção, pensando que o microfone estava desligado, questionou Queiroz sobre o assunto. “O que é que eu podia dizer? Ficar em silêncio?”, respondeu o selecionador.
Depois, confrontado com o twitter da jornalista, respondeu o português: “Ah, muito bem. Mas eu não sou a instituição. Ela tem que falar é com as instituições. Se todos os homens que levassem um murro das mulheres fossem para a Imprensa falar, o mundo estava lixado.”
Esta frase ampliou ainda mais a discussão. Neste momento, na Colômbia, Carlos Queiroz é um homem que está no centro de uma discussão nacional sobre violência de género.