Escrito por: Rui Fiel
O “compromisso” da seleção nacional no Gabão e o precoce afastamento do Sporting Clube de Portugal da Taça, fez com que estas duas semanas fossem ligeiramente atípicas no reino do leão. Duas semanas em que, dizem os entendidos, Vercauteren aproveitou para promover uma mini pré época em pleno mês de Novembro, mais ou menos a meio do calendário competitivo nacional e europeu.
Esta ideia levanta desde logo algumas questões em relação ao que poderá ter sido o planeamento, ou falta dele, da época sportinguista por parte do antecessor do belga, assim como de toda a estrutura envolvida no futebol profissional do clube.
Hoje em dia, mais do que nunca, é dado um enorme ênfase às cargas físicas impostas no início de cada época por parte das equipas técnicas aos seus plantéis, já que se convencionou que quanto maiores estas forem mais duradouros serão os resultados físicos obtidos por parte dos atletas a quem são submetidas. Como para quase todas as teorias, existem estudos que comprovam esta ideia assim como outros que a desmistificam completamente. Para o que aqui quero chamar a atenção isso pouco importa.
Porque será então necessário um reboot do plantel do SCP a esta altura? Ora, fazendo fé nas palavras (pouco medidas diga-se) dos holandeses Boularhouz e Schaars a elementos dos media daquele país, deve-se sobretudo à falta de intensidade aplicada por Sá Pinto aquando do arranque da temporada leonina. Assim sendo, isto poderá ser entendido como uma falha técnica grave por parte do “coração de leão” assim como dos seus colaboradores. Mas nem só esta hipótese se coloca. Muitos dirão que esta necessidade advém do facto de, o mais recente treinador dos quadros verde e brancos dar a conhecer aos seus jogadores quais os seus métodos de jogo e ideias, de modo a suprirem em conjunto as adversidades que se foram colocando (por vezes por culpa própria) no caminho do clube de Alvalade.
Sinceramente, pouco me importa qual a verdadeira razão para este estranho acontecimento se passar por esta altura em Alvalade, sendo que me apraz dizer (e tenho de continuar a bater nesta tecla) que me parece ser mais um sinal de uma desorganização quase organizada de todos os elementos dos corpos sociais do clube.
Tentando ser o mais imparcial e esclarecido possível, julgo que mais do que os problemas financeiros a que o clube se vê diariamente rotulado, a sua verdadeira “doença” se encontra enraizada bem mais internamente do que se julga, estando profundamente ligada a todos os elementos directivos que nas últimas décadas têm passeados vaidades pelos corredores de Alvalade, vaidades essas sem o mínimo conhecimento do que é o futebol profissional neste país e, o que é ainda pior, sem saberem o que é de facto o Sporting Clube de Portugal.
Peço desculpa se mais uma vez a minha crónica neste espaço remete para a mesma ideia que alguma das outras, mas tenho de o referir e ressalvar tanto quanto possível que, o meu clube está como está neste momento devido à incompetência dos seus dirigentes, muito mais que dos seus treinadores ou incapacidades dos seus jogadores. Como sportinguista sinto-me quase obrigado a escrever isto para que também eu não caia na critica fácil à arbitragem (quase sempre merecida mas que não explica tudo) ou para que quinzenalmente peça a cabeça de outro treinador contribuindo para um ciclo vicioso que nem a mim me beneficia.
Acho que chegou a altura para sermos mais exigentes do que nunca e acabar de vez com o amadorismo directivo do nosso clube.
Saudações Leoninas
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