Escrito por: Bruno Pinho
Nenhum benfiquista digeriu muito bem o que aconteceu em Paços de Ferreira, mas o cenário podia ser bem pior. Apesar do desperdício dos 3 pontos, mantivemos a mesma distância para o segundo classificado e considero isso o mais importante. Claro que se não conquistarmos o bicampeonato, vamos recordar sempre o desaire neste jogo, é inevitável!
A verdade é que com nove pontos de vantagem sobre o FC Porto, podíamos encarar a deslocação a Alvalade com maior tranquilidade, bem como o resto do campeonato, mas também não será a derrota em Paços de Ferreira que fará com que a nossa confiança e as nossas expectativas diminuam…bem pelo contrário, esta derrota deverá ser encarada como um aviso de que nada está ganho e que é necessário lutar mais do que os outros para alcançar os nossos objectivos.
É certo que as deslocações a norte são tradicionalmente as mais complicadas para a equipa do Benfica, e desta vez não ia ser excepção. Penso que a pressão de disputar o último jogo da jornada pesou sobre os encarnados, sabendo claro, antecipadamente que com uma vitória o Benfica conseguiria dar um salto gigantesco para a conquista do título. Mais uma vez, o Benfica provou que, não consegue jogar com pressão, tal como já assistimos em épocas anteriores.
Depois do desaire do FC Porto frente ao Marítimo, gerou-se muita expectativa para este jogo e com todo o sentido: seria perfeito inaugurar a 2ª volta do campeonato com uma distância extremamente confortável de gerir! Jorge Jesus e a sua equipa só teriam de exibir o nível que nos habituaram nestas últimas jornadas, mas tal não aconteceu.
No onze inicial, tudo igual, excepto a ausência da nossa estrela: Nico Gaitán. E os problemas começaram logo por aí…jogou Ola John, que mais uma vez provou ser o jogador mais inconstante do Benfica. Por outro lado, Jesus voltou a insistir em colocar o Talisca a 8, apesar de, jornada após jornada (especialmente desde o jogo contra o Mónaco para a Liga dos Campeões) mostrar que não merece a titularidade e por ultimo…Eliseu (nem sequer quero tecer comentários sobre este jogador). A verdade é que o Benfica, mesmo não demonstrando a qualidade dos últimos jogos, produziu o suficiente na primeira parte para arrecadar uma vitória na Mata Real, foi à procura do golo bem cedo, pressionou o adversário e falhou inúmeras oportunidades de golo.
Com o desenrolar do jogo, notou-se cada vez mais o desgaste dos jogadores, também se notou que o melhor período do Benfica já tinha passado e instalou-se algum nervosismo na equipa. A segunda parte veio agravar a péssima exibição por parte de alguns jogadores, especialmente os já mencionados. Para piorar, parece que a um determinado momento, o Paços de Ferreira começou a defender de forma mais tranquila e mais segura, fazendo antecipar que somente um rasgo individual poderia alterar o desfecho do encontro a nosso favor.
Para piorar ainda mais, Jorge Jesus mexe na partida, tirando dinâmica ao jogo (o que dizer daquela substituição aos 94 minutos, onde Jesus faz entrar o miúdo Gonçalo Guedes?) e à equipa. Ninguém me convence que um jogador como Derley tem qualidade suficiente para integrar o plantel! É um jogador que parece que tem galochas, impressionante! O técnico decide também partir o meio campo com a saída do Samaris! A conclusão que tiro do jogo é esta: não foi o Paços de Ferreira que jogou como se não houvesse amanhã, foi o Benfica e o seu treinador que criaram o seu próprio problema! É que mesmo desfalcados e a jogar contra um Paços de Ferreira extremamente moralizado (sabe-se lá porquê), temos sempre a obrigação de conquistar nada mais nada menos do que os três pontos, pois nós somos o Benfica!!! Espero mesmo que o Benfica continue a exibir-se como nos habituou antes deste encontro, pois só assim podemos ter esperanças em revalidar a conquista do campeonato…esperemos que este jogo tenha sido somente um pequeno percalço.
Saudações desportivas!