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Porto Sentido: Nada vai impedir o caneco de vir para o nosso Museu

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13 de Dezembro de 1987.

Ao acordar, vi um sorriso diferente no rosto dos meus pais (ou não seria assim tão diferente). A nossa muito humilde casa estava já decorada com os enfeites natalícios. “Queres ver que o Natal é já hoje?”

Não.

“O Porto ganhou! Na neve! Nem se via a relva! Estivemos quase para te acordar para veres…”

Mas acredito que não fosse fácil acordar uma criança de quase 8 anos, às 3 da madrugada, para ver a bola.

O Porto sagrava-se, pela primeira vez, Campeão do Mundo, num jogo que só o Porto poderia ganhar. T-shirt de manga curta, neve nos cabelos, pés enterrados em relva gelada. As finais são para se ganhar e nada ia impedir o caneco de vir para as Antas.

12 de Dezembro de 2004.

Nem tudo foi desastroso na época 2004-2005. Houve mais uma viagem ao Japão, desta vez a horas decentes e sem neve.

O Porto sagrava-se, pela segunda vez, Campeão do Mundo, num jogo que só o Porto poderia ganhar. Bolas nos ferros, golos anulados, anti-jogo do adversário, taquicardia do Vitor Baía. Nos penaltys, o Pedro Emanuel fez aquela cara de “já chega!”. As finais são para se ganhar e nada ia impedir o caneco de vir para as Antas.

Dezembro de 2017.

Após quatro épocas arredado dos títulos, o Porto dá um murro na mesa: chega ao Natal em primeiro lugar do campeonato, com o melhor ataque e a melhor defesa; apurou-se para os oitavos de final da Champions League com um punhado de boas exibições; irá disputar os quartos de final da Taça de Portugal, após eliminar categoricamente o Vitória de Gimarães e, apesar do empate caseiro no primeiro jogo, tem boas hipóteses de seguir em frente na Taça da Liga, caso vença hoje o Rio Ave.

Mas, acima de tudo, jogadores, equipa técnica e adeptos, mostram que não estão cá para brincadeiras. Um plantel focado, solidário, coeso e unido, como há muito não se via, transpira uma força indomável para fora das quatro linhas. Nos nossos principais adversários estão instalados o medo e o desespero.

Estes jogadores têm a mesma garra dos que venceram a intempérie de 1987 e neles podemos ver reflectido o mesmo olhar do Pedro Emanuel em 2004. Tendo que enfrentar adversidades piores que a neve de Tokyo ou o anti-jogo do Once Caldas, já provaram que os títulos são para ganhar e nada vai impedir o caneco de vir para o nosso Museu.

Autor: António Pinheiro

 

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