
Prólogo
Confesso: estou aziado e com um grande melão.
1 – É para ganhar. É para ganhar!
Nunca fui naquela conversa tipicamente portista de “Ah e tal a Taça da Liga…”.
Para mim, o Porto tem que ganhar sempre, seja em que Taça for e até nos amigáveis. Para um Portista não deve haver jogos “a feijões”, principalmente quando o adversário vem de Lisboa.
Contudo, consigo aceitar a derrota, numa única situação: quando, apesar de termos dado tudo em campo, o adversário foi superior. Aí, não há nada a fazer.
2 – O irónico corolário da injustiça.
Ora, ontem, em Braga, o Porto deu tudo. E até marcou um golo, num lance em que apenas o VAR e os “jornalistas” da RTP conseguiram vislumbrar um fora-de-jogo. (NOTA: Fosse o VAR assim tão rigoroso noutros campos, com outras equipas, noutros lances e, talvez, o figurino da tabela classificativa da Liga fosse um pouco diferente).
O Porto ontem fez o que lhe competia. E fez bem, perante uma equipa que gastou 50 milhões de euros em reforços e, a partir do meio da segunda parte, jogou claramente para os penalties.
Aliás, no último minuto de jogo, uma decisão mais lúcida de Marega teria dado a vitória ao Porto e, neste momento, a conversa era outra. Mas não foi…
Nos penalties, ao contrário do que pudemos ler nas capas dos jornais desta manhã, os heróis não foram o Rui Patrício (defendeu o mesmo número de penalties do que o Casillas) e muito menos o Brian Ruiz, que a única coisa que fez no jogo foi marcar o último penalty. Aliás, se o resultado tivesse ficado decidido com as 5 primeiras penalidades, o ex-proscrito de Alvalade nem teria tocado na bola.
Nos penalties, aconteceu aquilo que tantas vezes acontece no Desporto: um momento, uma decisão, marca um resultado. O Brahimi colocou “tão bem” a bola, que a colocou no poste e, nesse fatídico momento, abate-se a derradeira injustiça sobre o relvado da Pedreira.
3 – A boa sorte cria-se.
Há uns anos li um livro sobre “ter sorte”. A conclusão final do mesmo é que a sorte surge quando criamos condições para ela.
Acredito piamente que um desempate por penalties não é uma “lotaria”, como se costuma dizer nestas situações. Ai de quem, no futebol moderno, entrega aos desígnios da Fortuna cinco pontapés a onze metros da baliza, sem oposição.
Os penalties treinam-se e acredito que o Porto treinou. Mas, quem pratica Desporto, sabe que nem sempre as coisas saem como nós treinamos.
4 – É preciso ter calma
Época 2017/2018. Três clássicos disputados pelo Porto, três jogos em que foi superior aos adversários, três empates.
Perante este cenário, uma equipa mal estruturada mentalmente poderia claudicar. Sei que o Porto vai manter a cabeça fria. Faltam mais três jogos com o Sporting, dois deles no Dragão. Falta uma visita àquele Salão de Festas, onde por vezes a luz falha e o sistema de rega liga inesperadamente.
Façamos o que temos feito até aqui e vai ser preciso muito mais do que um VAR com problemas de visão tridimensional, ou um poste malfadado, para nos tirar o sabor da vitória.
Epílogo
Para me vingar, comi tripas ao almoço. A Cidade do Porto precisa, urgentemente, de um título do seu principal baluarte.
A Avenida dos Aliados pintada de Azul e Branco, o Povo em Festa: essa é a principal conquista que cada título do FCP representa.
“…a multidão num grito só de todos nós!”
Autor: António Pinheiro
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