Fez ontem 50 anos que Martin Luther King, líder histórico da luta pelos direitos civis, morreu após um tiro fatal em Memphis. O famoso orador foi autor de uma de muitas frases marcantes: ‘I have a dream’.
Eu, tal como o Martin, também tinha um sonho: ver os Aliados pintados de azul em Maio. Paços de Ferreira e Belém foram dois tiros que, ao contrário do Martin, espero que não venham a ser fatais.
A primeira das duas derrotas que temos esta época no campeonato doeu, muito por culpa do jogo criminoso que a equipa do Paços fez, mas esta segunda queda doeu como há muito e muito tempo não doía uma derrota. A azia foi tanta, que tive enormes dificuldades para adormecer, situação que não é nada normal. Doeu tanto que o meu discurso tornou-se assustadoramente derrotista.
A verdade é só uma e uma só, o Porto fez um jogo igual a tantos outros, com a diferença que não conseguiu marcar. Mais de 25 remates e zero golos não é normal. Eu chamo-lhe falta de eficácia, nunca falta de atitude e motivação como cheguei a ouvir e ler por parte de alguma nação portista.
O plantel é bom, quando estão todos disponíveis; quando não estão, torna-se básico. Em termos de onze base não ficamos a perder para ninguém em Portugal. Agora, quando se começa um jogo com um Osório e, na necessidade de mexer, entra um Paulinho, pouco mais há a dizer. A equipa, não tendo feito um jogo brilhante, fez muito mais do que em Paços Ferreira e terá feito bem menos do que em algumas vitórias esta época.
Em termos de classificação, houve alterações. Em termos do que terá de ser feito até ao final do campeonato, pouco ou nada muda no imediato. Teremos de ganhar o próximo jogo de qualquer forma e a todo o custo; de seguida ganhar na Luz, fácil.
Autor: Rui Rodrigues