Ponto a Ponto, na atualidade do futebol Português
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Devido à enorme diversidade de temáticas que assolam o futebol português nestes últimos tempos, na crónica de hoje decidi abordar uma conjunto de temas. Estes vão desde de a entrevista de Paulo Bento até ao conturbado alargamento, passando ainda pela crescente estrela que é Nelson Oliveira.
Paulo Bento
Paulo Bento foi o convidado de honra do programa «Maisfutebol» na TVI 24. O selecionador nacional, ao longo da sua entrevista, abordou diferentes temas da atualidade. Ao falar sobre os adversários, numa das passagens mais interessantes referiu que a Dinamarca não era um patinho feio. “Os Nórdicos alcançaram o primeiro lugar no nosso grupo e não devem nunca ser desprezados”, referia seleccionador. Quanto à Alemanha e Holanda, pouco mais havia a dizer. Todos sabem que são colossus Europeus e Paulo Bento, na sua tuada habitual, referiu que Portugal é capaz de vencer, contudo, vai ter que suar (e muito!), não podendo cometer erros que no passado já nos custaram muito. Também, os jornalistas continuaram em insistir no absurdo tema dos objectivos de Portugal no Euro. A polémica é absurda (e estou do lado do seleccionador), a selecção tem de chegar aos quartos e depois, só depois, pensar em mais altos voos.
No decorrer da restante entrevista, não surgiram surpresas. Com tranquilidade, o timoneiro da seleção mencionou a Espanha como principal favorita, que é fundamental ganhar o primeiro jogo à Alemanha e que Cristiano Ronaldo é um atleta fácil de treinar devido ao seu grande profissionalismo. Como eu referi acima, nada de surpreendente e coicidente com o que têm sido as suas últimas declarações…
Nélson Oliveira entre os Craques
Em conversas privadas no meu grupo de amigos, sempre defendi vincadamente que Nelson Oliveira não deveria ser já chamado para este EURO. Todavia, refleti e dei por mim a olhar para os pontas de lança da equipa das Quinas. Vejamos, Postiga não é titular indiscutível no último classificado da liga Espanhola, rubrica grandes golos mas também exibições paupérrimas… Nuno “Golos” tem aquecendo, ao longo desta primeira liga, bem reconfortado, o banco do Braga e não consegue sair da sombra de Lima. Entra, e de quando em vez marca um golito. Sem dúvida que a nossa seleção precisa de mais! Hugo “gigante” Almeida parece-me a única opção válida. Estrela no Besiktas e com um poderio físico que pode ser bastante útil nos confrontos perante a Dinamarca e Alemanha. Assim, tendo em conta as últimas convocatórias, na minha humilde opinião, temos uma opção decente para a posição de ponta de Lança. Perante tal seca de talento parece-me urgente que Nelson Oliveira seja lançado na convocatória. Não por ter sido o segundo melhor jogador do último mundial de sub-20, mas sim por oferecer velocidade, criatividade e talento como mais nenhum jogador português neste momento oferece para aquela posição.
O Alargamento
Há umas semanas atrás, defendi, e continuo a defender, o alargamento. Apreciava muito mais uma liga a 18. No entanto, com os recentes desenvolvimentos, a minha opinião tem sofrido alterações. Uma liga a 18 era bonito, no entanto, sem descidas, é algo impensável… Nunca, mas nunca, numa competição as regras devem ser mudadas a meio do jogo. Nunca, mas nunca, numa liga profissionional onde deve imperar a verdade desportiva, se devem impedir descidas. Nunca, mas nunca, o Sr. Mário Figueiredo deve proferir declarações tão contraditórias como “seria um autêntico desastre se não houvesse descidas, pois nas competições desportivas há que dar mérito a quem tem resultados e não se deve premiar quem fica em último lugar…” Ou, umas semanas depois referir: “Não faz sentido dizer-se que a verdade desportiva fica alterada porque já há um conjunto de clubes que não estão a discutir nada no presente campeonato…” Também mencionei que ia esperar para ver o trabalho do novo presidente da liga. Agora, acho que já posso afirmar com firmeza que este senhor deve pensar que anda a brincar com o futebol português! Para já, não concordo com a sua postura, com as suas declarações e com as suas ideias, salvando-se apenas um boa ideia sobre uma melhor divisão das receitas televisivas. Espero que, no future, a sua postura seja diferente. Já temos rufias suficientes no futebol e não precisamos de outro que leve a liga e o futebol português para mais um beco sem saída…
Cumprimentos,
João Silva