Pereira e Jesus, Pinto da Costa e Vieira
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Ergue-se onda (pertinente dúvida: com que dimensão?) nos adeptos benfiquistas, contra a continuidade do treinador que perdeu o campeonato. Outra onda até há pouca fortíssima entra em fase de esbatimento: (escasso…) a dos adeptos portistas mortinhos por adeus ao treinador que acaba de ser campeão.
Que vão então Pinto da Costa e Vieira, decidir? Difícil até para o campeão, mas muito mais para Vieira.
No FC Porto a presidência nem se discute… há 30 anos, menos dois (os anos em que Pinto da Costa foi suspenso pelo célebre caso da corrupção, lembram-se?)! No Benfica, haverá eleições em Outubro. Evidente que isso estará por detrás da pública contestação ao treinador já alastrada ao presidente.
Pinto da Costa: leve dor de cabeça na sua indecisão. Luís Filipe Vieira: enorme enxaqueca.
Nada crível, alguém ganhar a próxima eleição ao presidente que tirou o Benfica de gigantesco fosso; criou crédito financeiro; novo estádio; centro de estágio; pavilhões; aposta forte no ecletismo outrora inexistente; galvanização de adeptos e… regresso a resultados desportivos agora considerados insuficientes; na era Vieira, o Futebol do Benfica ganhou uma taça de Portugal, dois campeonatos, quatro taças da liga – e tem vindo a regressar em força à Europa; pouco? Claro que sim, para um Clube de nível mundial como o meu Benfica, contudo, anos anteriores tinha ganho…zero! Os detratores de Vieira falam ainda no passivo, como o baluarte da sua má gestão. No entanto, digam-me se conhecem alguém que compre carro e casa sem se “endividar”…
Vieira deve ter enxaqueca, sim, mas por esta (fortíssima) razão: Este campeonato foi ganho pela estrutura portista. Deixando de parte os gravosos erros de arbitragem e o lado mais obscuro da comandita liderada por Pinto da Costa, é de bom-tom perceber que a dita estrutura, foi a grande responsável pelo evitar da queda livre do Porto a partir de Janeiro. Ora Vejamos: Limpeza de balneário (saídas de Guarin, Bellushi e Fucile; mais tarde Rodriguez; seguindo-se Álvaro Pereira e Rolando, fora do onze), aquisição de Ponta de Lança e… regresso de Lucho González (mais nova função de Paulinho Santos…), com evidente tónica em devolver força…mental.
Em janeiro, o Benfica perdeu Amorim, não contratou defesa esquerdo (nem direito para alguma poupança de Maxi), preferiu Yannick, mais um avançado… (pensando na próxima época?).
Jorge Jesus cometeu erros e muitos. No entanto, quiçá menos do que Vítor Pereira, mas um foi decisivo: Querendo ir a todas, Champions e Taça da Liga em igualdade com o campeonato. Só que ai a estrutura deixou-o errar… E daí, mais a inépcia de Jesus, mais os desequilíbrios na qualidade do plantel – veio o estoiro. A enxaqueca de Vieira: Como criar estrutura a sério? (embora melhorando o Benfica leva décadas neste problema) O treinador não pode estar sozinho, inclusive nalgumas decisões. Pelo menos numa visão exterior, Jorge Jesus esteve.
NOTA 1: Imprensa Desportiva – Parte 1
Apesar de considerar o jornal Abola, de longe, o melhor jornal desportivo português (O Record vive de fofocas, enquanto Ojogo não passe de um serviço regional), não posso deixar de criticar dois aspetos:
O primeiro prende-se com a entrevista de Jesus (não me falem da de João Gabriel, porque não a li). Li toda a entrevista com a maior das atenções, e cheguei a uma óbvia conclusão: Tudo aquilo foi encomendado. Jesus diz o que os Benfiquistas queriam ouvir, e a Abola pergunta o que os benfiquistas queriam saber. Para quando uma entrevista de Jesus num Expresso ou num JN? Ai sim, teríamos a verdadeira essência da opinião de JJ.
O segundo aspeto diz respeito, às primeiras capas sem fim, do título do Real Madrid em ESPANHA, sim leu bem, em ESPANHA. Mas porquê? Já se joga a Liga Ibérica?
Ora vejamos: Estão a imaginar a Marca, o Ás ou o Sport a fazer as suas capas com um título do Benfica? Mesmo contando nas suas fileiras, com Rodrigo, Capdevilla, Nolito, Javi Garcia… óbvio que não o fariam.
Isto segue na mesma linha do dilema: Quando um espanhol vem a Portugal todos tentamos falar “espanholês” para podemos comunicar. O contrário nunca se passa…
Como dizia o saudoso Jorge Perestrelo: “PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGAL.”
NOTA 2: Imprensa Desportiva – Parte 2
Alguém explica ao jornal Record, que há outras formas de vender Jornais que não seja às custas do Maior clube Nacional? Já irrita a quantidade de disparates que este jornal inventa. Era o interesse em Villa Boas, em Rui Faria, em Paulo Bento, em Elia, em Siqueira, em Jese, em Rudiaz, em Caballero… Haja bom senso!!!
NOTA 3
Dou a mão à palmatória. Depois do que vi o City fazer no seu estádio ao United, ganhando com toda a categoria por uma bola a zero, este “papão (?!)” inglês, merece ser campeão.
Pena é que para aqueles lados um título tenha no orçamento vencedor, algo completamente estratosférico.
Cumprimentos