
À semelhança do destaque atribuído na semana transacta a Bruno Moreira, Pedro Santos, extremo canhoto que se tem notabilizado ao serviço do Braga, também chega ao topo da forma um tanto ou quanto fora de horas, mas com a idade suficiente para deixar a sua marca… com a selecção no horizonte.
Não se pode considerar Pedro Santos um dos indiscutíveis de Paulo Fonseca, até porque a equipa minhota tem-se socorrido da rotatividade para se manter viva nas quatro provas que ainda disputa: é a equipa mais bem classificada depois dos chamados ‘3 grandes’, já se qualificou para oitavos-de-final da Liga Europa, parte em vantagem na luta por um lugar no Jamor e vai disputar a meia-final da Taça da Liga ao Estádio da Luz.
Ora, apesar de não ser indiscutível, não se pode deixar passar em claro o excelente momento de forma que o flanqueador atravessa. Aliás, tem sido um dos elementos de maior destaque no plantel bracarense, sobretudo a partir do Natal, altura em que explodiu e colocou em campo o talento que sempre lhe foi reconhecido de forma mais consistente e decisiva. Com efeito, a estabilidade competitiva parece ser o factor-chave para o aparecimento do jogador que conta actualmente com 27 anos. Isto porque é a primeira vez que tem a oportunidade de completar duas épocas consecutivas na mesma instituição depois de abandonar o clube que o projectou no panorama nacional, o Leixões.
Foi, justamente, no clube de Matosinhos que Pedro Santos começou a dar nas vistas após vários anos de formação no Casa Pia e no Sporting, onde partilhou o balneário com Rui Patrício, Daniel Carriço e a estrela cadente Fábio Paim. Após uma temporada de bom nível nos Bebés, foi o Vitória de Setúbal quem o contratou para a primeira experiência no palco maior nacional. A época dos Sadinos não foi brilhante (ficou dois pontos acima da linha de água), mas Pedro Santos foi um dos elementos em maior destaque, o que lhe valeu uma transferência para o Braga, quarto classificado na época 2012/2013.
Mas se a saída para a cidade dos Arcebispos foi um passo em frente, é legítimo dizer-se que a primeira temporada constituiu um passo para o lado: na primeira metade foi emprestado ao Astra Giurgiu, da Roménia, onde realizou apenas 4 partidas, sendo depois cedido ao Rio Ave, participando em 22 jogos até ao final da época e alcançando algumas prestações vistosas. Na temporada seguinte, cumprindo o segundo ano vinculado aos Guerreiros do Minho, Pedro Santos agarrou um lugar no plantel e conseguiu ser um elemento útil – foi utilizado em 33 partidas (titular apenas em 14 ocasiões) e marcou 5 golos.
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido no ano transacto, Pedro Santos está a deslumbrar na presente temporada, sendo um dos jogadores mais em evidência no plantel liderado por Paulo Fonseca. Ainda não chegamos ao final de Fevereiro e o extremo já tem mais minutos realizados do que em toda a época anterior (1429 vs 1502) e muito mais preponderância na manobra da equipa.
Os números ajudam a descodificar aquela que é a melhor temporada da carreira de Pedro Santos. Como se referiu acima, foi a partir da quadra natalícia que o canhota começou a exibir-se com outro brilho. Desde esse período, já facturou por 8 vezes, contribuindo decisivamente para alguns resultados positivos; só Hassan, ponta-de-lança, é que conseguiu o mesmo número de golos em igual período, o que atesta desde logo o excelente momento de forma que atravessa.
No desempenho global, o extremo português soma 5 assistências e 9 golos em todas as competições – só não facturou ainda na Liga Europa. Estes dados elevam-no ao pódio dos melhores marcadores, apenas superado pelos avançados Hassan e Stojilkovic, que já marcaram por 12 e 15 vezes, respectivamente. Estas façanhas tornam-se ainda mais notáveis se pensarmos que o Braga conta com um plantel vasto e de boa qualidade, em que pontificam nomes como Rafa, Alan, Rui Fonte, Wilson Eduardo e Josué.
As recentes exibições de Pedro Santos podem inclusivamente levar Fernando Santos a pensar na sua chamada para os próximos compromissos da selecção e, eventualmente, convocá-lo para o Europeu em França que se avizinha. Se levarmos em linha de conta que extremos como Silvestre Varela, Ricardo Quaresma, e até mesmo Nani, já conheceram melhores dias, não é de todo descabido que o extremo bracarense seja um dos nomes em cima da mesa para compor os 23 eleitos que o seleccionador nacional convocará.
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