O presidente da Liga, Pedro Proença não gostou de ouvir o primeiro-ministro António Costa a desvalorizar a importância do futebol neste contexto de crise. Em entrevista à Sport TV, Proença, confrontado com as declarações de Costa no dia anterior, à SIC, declarou:
“A prioridade é, obviamente, recuperar a saúde das pessoas, mas espantaram-me, no mínimo as declarações do primeiro-ministro. Foram inadequadas e inapropriadas face ao momento. O futebol não é um mundo à parte. É uma indústria com dados objetivos e tem que ser tratada como a indústria, a distribuição ou como a cultura.”
“O futebol hoje é uma indústria, em Portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu, e só a cortiça se equipara numa posição dessas, gera mais de 136 milhões de euros em impostos, mais de 2500 postos de trabalho diretos, mais de 0,3 por cento do PIB e mais de 800 milhões de euro em volume de negócios. Internacionalmente ainda temos uma marca, com Cristiano Ronaldo, antes o Figo ou o Eusébio, agora também o José Mourinho e o Villas-Boas, entre outros. O futebol exige respeito, porque é uma indústria com números únicos e queremos ser respeitados enquanto indústria. E não fizemos exigências nenhumas. Queremos é respeito e ser equiparados a atividades industriais, porque o futebol representa neste momento muitos postos de trabalho.”
“De modo nenhum podemos aceitar que alguém do Governo diga que o futebol português vive num mundo à parte”, concluiu Proença.