O agente Pedro Pinho, através das agências PP Sports e N1, acumulou mais de 7,5 milhões de euros em comissões apenas em 11 negócios realizados com o FC Porto durante as temporadas 2022/2023 e 2023/2024.
Uma investigação da A BOLA, sustentada em documentos e relatórios contabilísticos, revela que Pinho esteve envolvido em 38% das operações da SAD durante esse período.
Pinho, que mantinha ligações estreitas com Pinto da Costa, é um dos nomes investigados na Operação Prolongamento, que surgiu após uma reportagem sobre um alegado desvio de verbas da Altice e do FC Porto.
A soma das comissões que Pinho recebeu é apenas a parte visível de um sistema complexo. Ele inicialmente colaborou com Alexandre Pinto da Costa na Energy Soccer e, desde então, faturou 20 milhões de euros ao FC Porto. No entanto, a atual direção, sob André Villas-Boas, prometeu reduzir significativamente os custos de intermediação, com as comissões para a época de verão a somarem apenas 2,88 milhões de euros.
Além disso, Pinho cobrava frequentemente percentagens superiores ao habitual de 10%. Exemplos incluem a transferência de Gabriel Veron, onde a comissão foi de 17%, e a de Sérgio Oliveira, com uma comissão de 36%, resultando em uma menos-valia contabilística de 821 euros. Outros negócios com comissões elevadas incluem transferências de Nico González e Alan Varela, que também superaram os 10%.
Nos dois anos analisados, o FC Porto gastou cerca de 35,5 milhões de euros em comissões a agentes, subindo para 36,3 milhões quando incluem as comissões de gestão.
Pinho, como um dos principais agentes envolvidos, levou uma parte significativa desse montante.