Escrito por: João Pereira
Domingo assistiu-se a um derby um pouco atípico. Por um lado, a nossa equipa ainda não estava formada a 100% e, por outro, havia a possibilidade de alguém sair até ao fecho do mercado, no dia seguinte. No entanto, o protagonista do jogo foi Artur. Para além de dar um golo ao adversário e pender a balança ainda mais para o recém-chegado Júlio César, Artur manteve a bitola de asneiras na baliza e desta vez não foi a tempo de se redimir (apesar de uma bela defesa numa jogada que poderia ter dado a vitória ao Sporting). O que mais custa é entender como é que um profissional, que fez, no passado, grandes exibições pelo clube, não consegue corrigir erros que estão a olhos vistos, continuando a efectuá-los insistentemente, a saber: 1 – demorar imenso tempo em reposições de bola, quer seja à mão ou através de pontapés e baliza, quando a equipa se encontra empatada ou em desvantagem; 2 – insistir em jogar a bola nos centrais ou laterais quando a equipa adversária está a fazer pressão alta. Resultado: o defesa põe a bola fora pela linha lateral; 3 – querer fazer o que não consegue com a bola nos pés, em detrimento de jogar simples. O resultado ficou visível no jogo de Domingo; 4 – continuar a fazer saídas a cantos ou cruzamentos completamente absurdas, sem qualquer timing.
Para além do falhanço de Artur, há que realçar os falhanços lá à frente, que nos puseram a pensar que se calhar o Cardozo marcava aquilo. E com isto perdemos dois pontos importantes, porque apesar de nos campeonatos não importar como começa mas sim como acaba, também estes se começam a ganhar desde início e não só a meio ou no fim. De realçar ainda a pouca injecção de moral que o treinador deu aos suplentes, fazendo a única substituição aos 87 minutos. Compreendo porque é que o Bébé e o Pizzi não entraram (porque são portugueses e o mister não gosta), mas tinhamos o reforço Samaris prontinho a entrar, ou mesmo o Derley mas mais cedo, já que Talisca, para além da fraca exibição, já se andava a arrastar há imenso tempo dentro de campo.
Em suma o Benfica perdeu estes dois pontos mais por demérito próprio do que por mérito do Sporting. A haver um vencedor seria o Benfica, pela quantidade de oportunidades e pela melhor qualidade, mas os factores acima referidos contribuiram para que tal não acontecesse.
Noutro âmbito, a recta final do mercado não trouxe mais nenhuma “machadada” em termos de saídas e apresentou-nos uma novidade nas chegadas, o italiano Cristante. Com este reforço do meio-campo o plantel ficou mais rico e que, esperemos, possa trazer mais alegrias. Veio à baila uma declaração do empresário de Enzo Pérez dizendo que este queria transferir-se para o Valência. A ser verdade, acredito que Enzo irá ser profissional e não andará “amuado” a jogar, até porque sabe o carinho que os adeptos têm por ele.
Já o sorteio da Liga dos Campeões deu-nos um grupo equilibrado e difícil mas onde é possível passar. O Mónaco perdeu dois dos seus jogadores mais importantes e segue mal no campeonato, já o Bayer Leverkusen teve um início de época fulgurante e o Zenit, até agora, está muito bem, parecendo que Villas Boas colocou a máquina russa a funcionar em pleno. Tudo é possível.
Nota – Gonçalo Guedes é um diamante em bruto. Que o trabalhem e que Jorge Jesus não se esqueça da sua existência.
A subir: Chelsea. Os londrinos ainda não vacilaram no campeonato inglês, ao contrário dos outros candidatos, que já perderam pontos.
A descer: Artur. Depois de subir, Artur vola a descer. O guardião teve um erro clamoroso que deu o empate ao Sporting no derby.
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