“Os arguidos mantêm uma certa arrogância portista de que fizeram o que fizeram e fizeram muito bem”, afirmou Rui Patrício, advogado do Benfica.
Rui Patrício, um dos mandatários do Benfica, afirmou, esta terça-feira, dia de alegações finais do denominado caso dos e-mails, que o diretor de comunicação do F. C. Porto, Francisco J. Marques, e o atual diretor de conteúdos do Porto Canal, Diogo Faria, não mostraram no julgamento “uma pinga do arrependimento” pela divulgação do conteúdo extraído do sistema informático do clube da Luz.
“Os arguidos mantêm uma certa arrogância portista de que fizeram o que fizeram e fizeram muito bem”, atirou. Rui Patrício insistiu que que Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães, diretor-geral do Porto Canal à data dos factos, têm de ser condenados pelos crimes de que são acusados.
“Não era um critério de interesse público, era um critério portista, um critério azul”, defendeu, insistindo que os e-mails tornados públicos foram “manipulados” de modo a construir uma narrativa de “corrupção desportiva”.
Francisco J. Marques, que divulgou conteúdos de emails do Benfica no programa “Universo Porto – da Bancada”, do Porto Canal, está acusado de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações, três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, e um crime de acesso indevido.
O diretor de comunicação do FC Porto responde ainda por cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados e um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado na sequência de uma acusação particular.
Diogo Faria responde por um crime de violação de correspondência ou de telecomunicações e um crime de acesso indevido, além de um crime de ofensa à pessoa coletiva agravado em acusação particular.
Por último, Júlio Magalhães está acusado pelo Ministério Público de três crimes de violação de correspondência ou de telecomunicações agravados, em concurso aparente com três crimes de devassa da vida privada, bem como cinco crimes de ofensa a pessoa coletiva agravados.
O caso da divulgação dos emails remonta a 2017 e 2018, com comunicações entre elementos ligados à estrutura de Benfica e terceiros a serem reveladas no Porto Canal.