Escrito por: Cláudio Moreira
Com mais uma paragem dos campeonatos europeus para compromissos entre selecções, alargada pelo precoce afastamento da Taça de Portugal, os assuntos de relevo acerca do FC Porto não abundam. Assim sendo, face a essa carência temática, farei um exercício a longo-prazo, designadamente um apanhado dos objectivos que terão de ser conquistados até ao final do ano civil:
– Acabar no primeiro lugar do campeonato: até ao habitual hiato natalício, o FC Porto vai realizar mais quatro partidas; considerando que uma delas é frente ao líder do campeonato e acreditando que o Vitória de Guimarães vai escorregar pelo menos uma vez, se forem somados 12 pontos, como espero, a liderança da Liga será uma realidade, mesmo havendo a possibilidade de ser partilhada. Dos quatro jogos, três deles são no Dragão (Rio Ave, Benfica e Vitória de Setúbal), o outro em Coimbra, para defrontar a Académica local. Não há volta a dar, é obrigatório acabar o ano em beleza nas competições domésticas, por forma a que o clube se posicione no patamar cimeiro, tal como a qualidade do plantel exige.
– Finalizar em primeiro lugar a fase de grupos da Liga dos Campeões: se o Shakhtar vacilar frente ao Athletic e o FC Porto cumprir a sua obrigação e ganhar ao adversário mais acessível da Liga dos Campeões, esse objectivo é desde logo alcançado mesmo faltando uma jornada por disputar. Embora o apuramento (já conseguido) seja o mais importante, o primeiro lugar é importante por duas razões: 1) olhando para os restantes grupos, facilmente se percebe que os tubarões também ficarão no topo da classificação, pelo que é importante assegurar que na próxima fase se evite um peso-pesado da competição; 2) desde a era Villas-Boas que o clube não tem uma campanha europeia superlativa. Logo, conquistar o primeiro lugar no grupo é um primeiro sinal da recuperação do prestígio que se diluiu desde 2011 e passar além dos oitavos de final materializa na plenitude esta pretensão.
– Consolidar esquema táctico: estamos quase em Dezembro e nenhum portista consegue dizer com exactidão qual a equipa mais provável que irá entrar em campo. À excepção de Fabiano, Danilo, Martins Indi, Herrera, Brahimi e Jackson, a meu ver o núcleo duro de Lopetegui, é missão impossível adivinhar quem serão os outros companheiros. Casemiro, Maicon e Óliver são outras opções constantes, mas nunca se sabe se Marcano, Rúben Neves ou Quintero assumem a titularidade e em que posições jogam. Posto isto, é imperioso chegar ao final do ano e saber concretamente quem dá as maiores garantias de fiabilidade e em que lugares. Chega de experimentalismos, pois está visto que têm sido bastante nocivos.
– Melhorar o rendimento desportivo de alguns jogadores: é inegável que o FC Porto possui um plantel vasto, rico em qualidade em todas as posições. Ainda assim, há jogadores que tardam a justificar o investimento. Alex Sandro está displicente e tarde em mostrar a consistência que fez dele um super-lateral no consulado do Vítor Pereira. Além do brasileiro, nem Adrián nem Tello potenciaram toda a qualidade que podem emprestar à equipa. Se o primeiro anda completamente desligado do resto do grupo, ao segundo faltam oportunidades para se exibir a bom nível de forma consecutiva. Destaco este trio, mas Quintero, Quaresma, o próprio Herrera que não tem estado nada mal ou Maicon podem e devem fazer mais. Porque sabemos bem aquilo que valem.
– Avaliar potenciais contratações: Olhando para o esqueleto do plantel, a minha opinião é a de que não há nenhuma carência emergente. O clube tem boas soluções para todas as posições. Porém, pode haver lugares em que a qualidade podia ser melhor. Ou, por outras palavras, deve-se ir ao mercado de Inverno apenas e só para adquirir jogadores cujas características façam falta ao actual plantel. Se eu pudesse escolher, traria um extremo canhoto para jogar sobre o lado direito e um médio centro com uma qualidade técnica e de passe superiores à de Herrera. No fundo, o que eu queria era trazer de volta Hulk e Moutinho; sabendo de antemão que isto não passa de uma utopia, estou certo de que as pessoas responsáveis estão atentas a esta matéria.
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