Escrito por: Cláudio Moreira
1. Já todos sabíamos da inclinação racista de que Nuno Lobo, actual presidente da Associação de Futebol de Lisboa, padecia. Na última semana ficamos também a saber (de forma muito tímida, diria até envergonhada) de uma outra faceta menos abonatória deste alienado: para além de adepto benfiquista, é também adepto da mentira e da mais reles insídia. De facto, o carácter desta personagem deixa muito a desejar e é inaceitável que nem um único clube lisboeta se insurja contra este tipo de comportamentos.
Nos dias 22 e 23 de Setembro, muita tinta correu sobre este caso, que chegou mesmo a figurar na capa do “jornal” Record – engraçado como este artefacto panfletário presumiu desde logo que houve uma agressão, sem ter ouvido qualquer elemento afecto ao FC Porto ou alguma pessoa que tenha testemunhado o “incidente”. Tentar chegar à fala com ambas as partes e apresentar um conteúdo jornalístico imparcial? Nááá… Para quê? O que interessa é vender papel higi… perdão… jornais, vender jornais!
O escarcéu na altura foi de proporções épicas. O caríssimo leitor, ainda que mal pergunte, reparou nalguma capa de um jornal desportivo a indicar que a queixa feita pelo racista foi arquivada pela Comissão de Inquérito da Liga Portuguesa de Futebol Profissional? O leitor tomou conhecimento de que os testemunhos de Pinto da Costa e Adelino Caldeira – acusados de insultar e agredir, respectivamente, Nuno Lobo – foram corroborados por sete – repito, sete – testemunhas oculares? A mim, honestamente, passou despercebido. Soube, aliás, através do Jornal de Notícias que o FC Porto se havia congratulado com o desfecho do caso. Importa dizer que entre essas sete testemunhas estavam Paulo Bento (que não morre de amores por Pinto da Costa), o delegado da Liga e dirigentes do Estoril, que confirmaram que nenhum elemento do FC Porto insultou ou agrediu quem quer que fosse.
Face a estes desenvolvimentos, porque é que não houve uma reacção igualmente enérgica de alguma imprensa desportiva ao noticiar o arquivamento deste caso? Porque é que passou tão despercebido? Porque é que o João Querido Manha, tão célere a condenar agressões infundadas, não teve um pingo de vergonha na cara e esclareceu os seus leitores de que Nuno Lobo, para além de um primário racista, é também ele um mentiroso?
2. Há sensivelmente dois anos a esta parte, eclodiu outro caso polémico envolvendo Pinto da Costa e demais elementos das hostes azuis e brancas. Desta feita, Valdemar Duarte – na altura “jornalista” da TVI, hoje “jornalista” na Benfica TV – acusou Pinto da Costa e outras pessoas de o terem insultado e agredido no Estádio do Dragão, após um FC Porto x Braga.
Pois bem, há uns dias saiu a sentença do julgamento: Pinto da Costa absolvido de todas as acusações (ofensa à honra e injúria). E porquê? De acordo com a juíza que deliberou este caso, houve “ discrepância de testemunhos e contradições entre os mesmos”. O único facto que ficou provado foi esta frase de Pinto da Costa dirigida a Valdemar Duarte: «Está aqui como jornalista ou como benfiquista?». Tal como se viria a verificar meses depois, esta questão não configurou uma crítica ou uma injúria, antes uma verdade inconveniente.
À saída do tribunal, Valdemar afirmou que «agora quero é trabalhar». Notaram algum travo a indignação e injustiça nestas declarações sobre a decisão do tribunal? Pois, a mim também não. A culpa na consciência pode ser tão, tão pesada… Se sabíamos de antemão do seu facciosismo na TVI, agora também ficamos a par de toda a intrujice que é capaz para levar a bom porto o objectivo de denegrir a instituição FC Porto.
Nesta situação, tal como na anterior, os “jornalistas” não se acautelaram e foram atrás do diz-que-disse, da crítica infundada, da acusação fácil, tal como comprova o print do “jornal” Correio da Manhã. A preocupação em ouvir o outro lado da barricada não é necessário. Que se dane a ética e o Código Deontológico. Se se ouve algum comentário negativo em relação a Pinto da Costa, esse mesmo comentário deixa de o ser, passando a verdade universal incontestável.
Não contentes com estes desfechos, surge agora mais um caso. Rui Cerqueira, directo de comunicação do clube, é acusado de agredir dois jornalistas, após o Belenenses x FC Porto. Vamos esperar pelos próximos capítulos desta partida. Para já, o resultado vai em 2-0.
Em jeito de conclusão, retiro duas importantes ilações: em primeiro lugar, a de que a credibilidade e a ética jornalística andam pelas ruas da amargura; a segunda, a de que vale tudo, mesmo tudo, para derrubar a estrutura do FC Porto. Muitos dizem que Pinto da Costa está no crepúsculo das suas faculdades e que o clube sem ele passará por uma travessia no deserto. O que é certo, porém, é que continua a incomodar muitas hienas, por muito que a sua morte presidencial seja (alegadamente) iminente.