“O Benfica que diga se me tentou contratar ou não”
3 min readEm entrevista ao jornal Record, Bruno Fernandes abordou vários temas da atualidade e do passado, inclusive a sua rescisão com o Sporting CP, aquando do ataque à Academia de Alcochete.
O capitão do Sporting não esconde que, no verão, achou que “poderia sair”, em especial quando o Tottenham lhe ‘bateu à porta’. A transferência não se concretizou, mas, assegura, tal não o perturbou.
“Acreditava que era um bom momento para sair, devido a muitos fatores. Fiz a melhor época da minha carreira até hoje. Após a Liga das Nações já havia muitos contactos, principalmente com o Tottenham”, afirmou.
“Foi a equipa que mais me quis e foi a única com a qual eu aceitei falar, porque houve outros clubes que não me interessavam ou cujo projeto não era de acordo com as minhas expetativas”, acrescentou.
No entanto, sublinha o médio, manteve “sempre” a sua palavra: “Tocava ao Sporting decidir se iria sair ou não. Nada mudava a minha vontade de estar aqui e de querer continuar aqui. O Sporting acarinhou-me, deu-me muito. Era motivo de grande orgulho e honra continuar a representar o Sporting”.
“Esse sonho [jogar na Premier League] e esse objetivo podem esperar sempre. O meu sonho neste momento passa por conseguir fazer o melhor possível aqui para dar alegrias a mim mesmo, aos sportinguistas e principalmente para dar alegrias à minha família. Não sei se o sonho pode esperar muito, não sei se os clubes estão dispostos a esperar muito ou não, mas se um clube me quer mesmo, seja hoje ou amanhã, acho que vai tentar”, afirmou.
“Não sou nenhum Cristiano Ronaldo, não sou nenhum Lionel Messi, tenho a noção disso. Tenho muito para crescer ainda, mas quando for para sair do Sporting quero que seja como quando vim para o Sporting: o clube quis-me, acarinhou-me, deu-me tudo aquilo de que eu precisava para crescer e hoje sou aquilo que sou por causa do Sporting”, concluiu.
Quanto ao futuro, Bruno Fernandes diz ser “impossível” garantir que permanece após o mercado de inverno, embora reconheça: “Janeiro normalmente não traz grandes transferências. E toda a gente sabe – já foi dito pelo presidente – que para me levar daqui a quantia é grande. Não há muitos clubes dispostos a pagar isso”.
O capitão dos leões fala ainda do momento em que rescindiu com o Sporting e as dúvidas que pairaram sobre a sua mente e até a possível oferta do Benfica.
“Antes de rescindir o contrato [com o Sporting], estava muito de pé atrás. Estava com medos, receios. Aguentei até ao fim para tomar a decisão. Desde o início que a minha mulher [Ana Pinho] tinha percebido que eu não queria ir embora daqui. Momentos antes de assinar os papéis da rescisão, ela perguntou-me: ‘Mais uma vez, tens a certeza de que é isto que queres fazer? Porque sinto que não é e estás a ser levado pelo facto de as emoções ainda estarem muito a quente e teres os sentimentos à flor da pele’. Ela sabe que eu tenho um feitio muito difícil, de agir muito a quente. Sou uma pessoa do momento, que toma uma decisão e dificilmente a muda. Ela sentiu, desde o primeiro momento, que não era aquilo que eu queria fazer. E quando eu voltei atrás, a primeira coisa que ela me disse foi que, independentemente de eu ter tomado a decisão de rescindir, ela sabia que ficar no Sporting era o melhor para mim e para a nossa família”, disse antes de comentar a possível proposta recebida do Benfica.
“Normalmente, quando um clube rejeita um jogador, o jogador não gosta que se fale. Quando é o contrário, também prefiro não falar. Prefiro deixar no ar. O Benfica, se um dia quiser, que diga se me tentou contratar ou não…“