O DOMINIODEBOLA.com exibe anúncios on-line aos nossos visitantes. Por favor, considere apoiar-nos colocando o nosso site na lista de permissões.

DOMINIODEBOLA

O Futebol à distância de um clique

Não está mal, mas…

alt

Escrito por: Duarte Pernes

Agora que se inicia uma paragem de quase um mês no campeonato (é unânime que tal é um absurdo e só o alargamento poderá realisticamente, quanto a mim, resolver este disparate) vale a pena fazer um primeiro balanço dos primeiros meses do FC Porto nesta nova temporada e, sobretudo, perspectivar o que deverá mudar no futuro. Olhando apenas para os resultados, os dragões conquistaram a Supertaça, são líderes isolados do campeonato – onde apenas perderam pontos por uma vez – e seguem com todas as possibilidades de qualificação para os oitavos de final da Champions (pese embora a decepcionante derrota com o Atlético de Madrid, no Dragão). Se, por outro prisma, se atentar na qualidade exibicional, é justo que se reconheça que o futebol praticado pelos azuis e brancos está longe de encher o olho.

Aliar boas exibições aos resultados satisfatórios até aqui alcançados é a conclusão fácil a retirar para os desafios que Paulo Fonseca terá pela frente no futuro próximo. Tendo em conta que, depois do encontro com o Trofense para a Taça de Portugal, os dragões terão como adversários o Zenith e o Sporting, é bom que o treinador portista medite e encontre finalmente uma fórmula que desfaça as dúvidas dos mais cépticos. Ambos os encontros são de uma importância extrema, pelo que só um Porto bem diferente (mais dinâmico, solto, imprevisível e aguerrido) do que se tem visto poderá sair vencedor.

Neste sentido, o desempenho de Herrera no jogo da última jornada deixa boas indicações para uma imagem diferente na dinâmica do meio-campo. Porém, a utilização/preponderância de Quintero permanece intermitente, Josué tarda a fixar-se numa posição concreta e Ghilas raramente – a não ser em casos de urgência extrema – passa dos exercícios de aquecimento. Em sentido inverso, para falar de alguns dos indiscutíveis, Varela arrasta-se em campo, Licá parece uma sombra daquele que começou a época, Lucho varia entre os níveis “muito bom” e “suficiente menos” e Mangala está complicativo e comete faltas absurdas. Ao mesmo tempo, o plantel evidencia uma carência grande de extremos, que se agrava com o incompreensível desaparecimento de Kelvin e a inexperiência de Ricardo.

A Paulo Fonseca pede-se rasgo para ultrapassar as lacunas estruturais da equipa e ousadia para arriscar quando é preciso. No fundo, é um teste que o jovem técnico terá de passsar para se afirmar como mais um bom treinador português a fazer escola na Invicta. Por muito que treinar o melhor clube do futebol português seja diferente de orientar um Paços de Ferreira, este é o mesmo treinador que levou a formação pacense a um impensável terceiro lugar no ano transato e este FCP é também o mesmo que, durante a pré-temporada e os três primeiros jogos oficiais, praticou um futebol que, sem ser perfeito, era alegre, rápido e objectivo.

Eis porque é necessário voltar a apelar à autocrítica: mais do que se percebam os erros cometidos até aqui e não se perca o que de bom já houve, é impreterível que se encontrem soluções válidas para o que aí vem e essas só podem ser alcançadas com os que lá estão – os que jogam muito, os que jogam pouco e os que não jogam nunca.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Copy link
Verified by MonsterInsights