O antigo presidente da Liga, Mário Figueiredo, lançou um forte ataque à escolha de Cláudia Santos para suceder a José Manuel Meirim na liderança do Conselho de Disciplina da FPF, considerando que lhe falta isenção para desempenhar o cargo, associando o post no Facebook ao artigo publicado na semana passada pelo jornal ‘The New York Times’ que apontava o Benfica como “um estado dentro de um estado”. “Isto é, como dizem os franceses, o verdadeiro bordel no futebol”, resume.
Mário Figueiredo presidiu à Liga entre 2012 e 2014, tendo coincidido com Cláudia Santos, afirma que esta é deputada, benfiquista, professora de Direito Penal que “já vendeu pareceres aos maiores corruptos deste país, incluindo ao Sócrates, no caso dos 20 milhões”.
Ao jornal Record, confirmou a autoria do post e afirmou que a antiga presidente da CII da Liga “não tem condições de isenção”. “Não é por ser benfiquista, é por ter ódio à atual administração do FC Porto”, garantiu, admitindo que obteve essa informação do conhecimento pessoal. “Nas aulas de Direito Penal, dá muitas vezes como exemplo o acórdão do Tribunal da Relação que absolve o FC Porto no Apito Dourado como algo que não devia acontecer na Justiça”.
Mário Figueiredo diz que é “vergonhosa a ligação entre política e futebol“, acusando a FPF de querer “ganhar influência na bancada política do PS“. “A professora Cláudia Santos é responsável do PS pela legislação criminal, que inclui a legislação penal desportiva, pelo que a FPF passou a ter acesso direto ao legislador em matéria criminal desportiva“, pode ler-se no post.
O FC Porto também criticou a escolha de Cláudia Santos para o Conselho de Disciplina. “A capacidade de o futebol português se expor ao ridículo, não sendo nova, não deixa de surpreender. É que cá dentro haverá sempre muitos a branquear o que acontece, mas lá fora, nas redações dos melhores jornais, a perpetuação do grotesco já não passa despercebida”, pode ler-se na newsletter oficial do clube.