Em entrevista à Sport TV, o antigo treinador dos encarnados, que deixou recentemente o Spartak Moscovo, fala do momento das águias, da mensagem que deixou a Pizzi através de Record e da Rússia.
Regresso ao Benfica: “Nesta altura nem me passa pela cabeça; o Benfica está entregue e muito bem entregue a pessoas com quem me dou muito bem. Mas acima de tudo sou um treinador profissional e não fecho a porta a nada, gosto de desafios. A vida não dá para fecharmos as portas a nada”.
Pizzi: “Um jogador com quem tive uma relação muito próxima e cordial, por quem tenho grande admiração. Acho que o que foi feito e pelo que Pizzi passou, não corresponde ao que ele é. Em determinado momento meteram-me no meio desse embrulho de que Pizzi tinha despedido treinadores e eu lá no meio… Às vezes quer-se pôr tudo no mesmo saco e eu não aceito. Tendo em conta o caráter dele merecia da minha parte esta mensagem. Se a decisão de sair foi dele… o ambiente não estava muito favorável, mas é triste porque se perde um jogador que teve um peso enorme nas equipas do Benfica. Sendo não amado em alguns momentos, foi sempre de enorme importância. Num ápice, perder esta sua dimensão, não é justo. Se calhar decidou bem porque as pessoas têm de ser felizes”
Spartak Moscovo: “Na Rússia tive experiências giríssimas de relação com os jogadores, com a massa adepta que foi das mais impressionantes que acabei por viver. Tiveram gestos de carinho até ao último dia que nem sequer esperava. A parte menos positiva foi a relação com quem dirigia: fomos lá com umas expectativas mas não me foram dadas essas condições. Os jogadores que eu queria acabaram por não vir… Saíram 7, 8 pessoas, desde o diretor desportivo ao de comunicação, e quando sai tanta gente alguma coisa não está a funcionar bem”.
Guerra Rússia-Ucrânia: “A Rússia não é tudo aquilo. Quem conhece Moscovo, é uma cidade fantástica, gostei muito de lá estar. As pessoas são mais duras num primeiro impacto, temos de descobrir a porta de entrada… Não há meio termo neles: é preto ou branco, não há cinzento. Convivi com um povo que me acarinhou muito, que me respeitou, custa-me ver esta situação. Ver os clubes russos a ficarem pelo caminho nas competições europeias, mas são contigências que têm de acontecer, porque tem de ser feita alguma coisa”