Escrito por: Rui Fiel
À quarta jornada eis que surge a primeira crónica leonina, desta época desportiva, no “Domínio de Bola”. Uns dirão que já peca por tardia, outros que vem bem a tempo pois o Sporting Clube de Portugal de Marco Silva também ainda não deu um ar da sua graça.
Tentarei fazer desta primeira, e aviso-vos já deprimente, crónica, um apanhado geral do que foi o mercado de transferências para os lados de Alvalade, assim como resumir estas quatro famigeradas rondas do campeonato maior Nacional.
O Sporting Clube de Portugal entrava neste defeso com renovadas ambições. Depois de uma época, em tudo, muito acima das expectativas, e com um dos treinadores mais promissores deste cantinho à beira mar plantado assegurado, os sportinguistas viam com muitos bons olhos a candidatura ao título português, que já lhes foge à mais de uma década.
Com poucos, mas bons, mundialistas no Brasil, a esperança por negócios idênticos aos dos rivais também aumentava. Sol de pouca dura, pois Patricio havia de se lesionar no primeiro encontro e não mais jogar. William faria apenas a partida de despedida em terras de Vera Cruz, e Slimani por muito que quisesse pertencia a uma seleção fadada a apenas realizar ali três jogos. No entanto, Rojo havia de chegar à final, cotar-se como o melhor defesa esquerdo da prova (segundo os experts) e começaria aqui um período muito turbulento para o clube.
Os tubarões começavam então a rondar Lisboa, com ofertas milionárias para o ponta de lança argelino e o defesa celeste. Ambos resolveram fazer birra, e face à pouca capacidade financeira do clube, expressar erradamente o seu desejo de sair do clube que os deu a conhecer ao mundo do futebol. Em tempos idos, acredito que estas prima donas vissem o seu desejo concretizado, mas Bruno de Carvalho fez questão de mudar as mentalidades para os lados de Alcochete (erradamente em relação aos elementos da formação, por exemplo, mas a isso certamente voltaremos mais tarde), e em semana de jornada inaugural castiga os dois atletas e, coincidência ou não, saímos de Coimbra com um empate.
A coisa não começava bem portanto… Uma semana volvida e já ambos carpiam mágoas e juras de amor eterno ao clube no seu canal oficial. Rojo haveria mesmo de sair, ficando o clube mais rico (?!) financeiramente mas muito mais pobre desportivamente. Até porque Dier já tinha aviado as malas para Londres, por motivos sobejamente conhecidos. Islam haveria de ser reintegrado em semana de derby e após ver a equipa ganhar ao Arouca em Alvalade por 1-0 ao minuto 92… Pois…
Apesar de tudo, o Sporting chega à Luz moralizado. O mercado estava prestes a fechar e só (ou SÓ) tínhamos perdido Dier e Rojo. Slimani mas principalmente William pareciam certos até Janeiro, pelo menos. 1-1, com um jogo minimamente bem conseguido mas com uma oferta, não nos esqueçamos, do tamanho do Mundo de Artur.
Fecho de Mercado! Saíram vários jogadores, mas do onze base e dos mais importantes, só mesmo Dier e Rojo. Em sentido inverso, entraram bastantes jogadores, com a promessa de a equipa ficar mais recheada quantitativamente, face a uma época mais exigente, fruto do apuramento direto para a Champions. Destaco Slavchev, Tanaka, Gauld, Paulo Oliveira, Sarr e Sacko, como entradas novas e a re-integração de João Mário após um ano de empréstimo ao Setúbal.
Ora bem, feitas as contas, em ano e meio de mandato (mais coisa menos coisa) esta direção já contratou para cima de 30 atletas, de entre os quais só uma mão cheia provou, ainda, ser uma real mais valia para o clube. Para além disso, nos entretantos empatamos em casa com o Belenenses (que consegue a proeza enorme de defender nos últimos 30m do seu meio campo mal o jogo começou), e de todos os elementos contratados pela direção, apenas Sarr e Tanaka têm minutos na Liga… Adaptação, teimosia do treinador, falhanço nas contratações??? Ainda ninguém percebeu. Até porque o jovem treinador que fez história no Estoril, parece querer reeditar a saga Paulo Fonseca vivida mais a Norte.
Marco Silva, aquele que sempre considerei a mais importante e melhor contratação do clube para esta época, conseguiu em apenas quatro jogos minar toda a MINHA (e essa vale o que vale) confiança numa época de sucesso do meu clube de à mais de 30 anos…
Finalizo com apenas uma nota. Marco Silva aposta basicamente no mesmo onze do que Jardim na época passada, com a ressalva que não tem Rojo mas sim Sarr, e aí por muito que nos custe a qualidade baixa um pouco, mas tem NANI em vez de Capel ou Wilson… Nani!!! Ai quem me dera que todos fossem como tu Luís…
SL