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Maçã podre…de boa

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Escrito por: Cláudio Moreira

Longe vão os tempos em que João Moutinho era tido como uma maçã podre de um determinado pomar. Hoje em dia, o centrocampista é visto como o fruto português mais apetecido e saboroso do nosso campeonato. Além disso, é uma pedra fundamental na caminhada do FC Porto nestes últimos três anos e a sua ausência, ao invés de outros elementos preponderantes da equipa, não consegue ser dissipada.

Na presente temporada, creio que Moutinho apenas não participou em apenas duas partidas, frente ao modesto Santa Eulália e frente a um Sporting moribundo, quiçá o pior da sua centenária História. Em ambos os jogos notou-se uma sofreguidão exibicional digna da época 2011/2012. O FC Porto foi incapaz de se impor com a autoridade que o caracteriza e, pior do que isso, não teve o engenho para criar boas situações de finalização. Em boa verdade, não sofreu qualquer golo, mas não é segredo para ninguém que só ganha quem introduz a bola mais vezes na baliza do que o adversário.

 

Portanto, não me parece coincidência a equipa claudicar quando a maçã podre (de boa) – futebolisticamente falando, bem entenda-se – não dá o seu contributo à equipa. João Moutinho é o único médio do plantel capaz de introduzir a dinâmica e intensidade que ela necessita. Ninguém do sector intermédio ataca e defende com a mesma fiabilidade. Defour, o substituto natural, tem características semelhantes, mas ainda não é (alguma vez será?) capaz de imprimir o mesmo ritmo do companheiro, embora faça muitas coisas positivas; Lucho é voluntarioso, mas já não tem idade para ser enérgico da mesma maneira; Fernando defende como ninguém, mas ataca quase sempre com o pé esquerdo e Castro corre indefinidamente, sem sabermos bem o que pretende com tanta correria. Creio que o único elemento com possibilidades de substituir Moutinho com rendimento semelhante seria Danilo, mas este está, por ora, entretido na lateral direita.

A importância da presença de Moutinho acresce quando verificamos que a ausência de outros elementos preponderantes não é tão sentida nos resultados nem na qualidade da exibição. Comecemos desse logo por Hulk, cuja transferência já com a época em andamento deixou os portistas a tremer que nem varas verdes. No entanto, Vítor Pereira soube montar uma estrutura que eclipsasse o virtuosismo e dependência do Incrível e a verdade é que essa hipotética carência não se fez sentir em grande escala. Outros intérpretes indispensáveis no 11 base também estiveram privados de mostrar o seu talento, como Fernando, James ou Alex Sandro, devido a questões físicas. Não obstante serem intocáveis na eventualidade de estarem fisicamente a 100%, os jogadores que os substituíram (Defour, Mangala e Izmaylov) cumpriram o seu papel e a equipa não se ressentiu. Com Moutinho, a história é singular. O FC Porto ainda não soube lidar com ele fora da equipa. E, até ver, é caso único, pois suspeito que se Jackson não puder jogar, a equipa, em teoria, também vai acusar o toque.

 

Posto isto, hoje temos um importante compromisso pela frente, sem Moutinho, em que a única exigência é conquistar os 3 pontos. E o mesmo é válido para a próxima partida da Liga dos Campeões. Estamos numa altura em que não podemos conceder mais nenhuma veleidade. Dependemos de nós em exclusivo para conquistar o tricampeonato e demos um bom passo rumo aos quartos-de-final da prova milionária. O essencial, agora, é sorrir após o final destes dois encontros devido ao resultado final, seja qual for a qualidade exibicional. E que a falta de Moutinho seja finalmente debelada.

 

Nota 1: Luís Filipe Vieira em plena pré-época: “Vamos manter-nos unidos, resistir a todas as provocações, venham elas de onde vierem. Vamos preocupar-nos apenas connosco, apenas com o Benfica”; Luís Filipe Vieira há uns dias: “Estejam os benfiquistas todos descansados que estamos bastante atentos ao que se vai passar no Sporting”. Um homem de palavra…

Nota 2: Diz Jorge Jesus, no rescaldo do jogo contra o Bordéus, que “era melhor ganhar 5-0, mas isso não existe no futebol da actualidade”. Hehehehe, olha o David Luz de gatinhas. Hehehehe, olha o Falcao a marcar um golo acrobático. Hehehehe, olha uma galinha a entrar no relvado. Hehehehe, olha o Roberto a ir buscar o quinto à baliza. Hehehehe…

Nota 3: Depois de nas últimas eleições Luís Filipe Vieira ter mandado os apoiantes de Rui Rangel para um sítio inapropriado, Luisão, capitão benfiquista, afinou pelo mesmo diapasão e brindou os adeptos da Luz com a expressão que o seu presidente havia proferido. Agora se percebe a razão de Vieira considerar Luisão o seu jogador preferido.

Nota 4: Argentina e Brasil lançaram a sua convocatória para os próximos compromissos e atletas como Alex Sandro, Fernando ou Otamendi não constam nas opções dos seleccionadores. No que concerne ao Brasil, a surpresa é nenhuma, dada a personagem que faz as listas de convocação, contudo, não deixa de ser estranho ver Garay e, sobretudo, Rojo serem convocados e constatar a omissão de Otamendi. Uma autêntica injustiça se compararmos o rendimento do portista nesta temporada: está, no mínimo, em igualdade de circunstâncias com Garay e é tremendamente superior a Rojo, um jogador com uma cultura táctica paupérrima.

Nota 5: Em jeito de reflexão, deixo aqui este documentário sobre o Sporting, mas que deve ser visto por adeptos de todos os clubes. A meu ver, um exemplo espectacular de amor ao clube. E ainda agora começou… 

 

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