Lógico e inadiável – à segunda foi de vez
Escrito por: João Pereira
As condições climatéricas não permitiram a realização do “derby eterno” no Domingo, dia previsto para o embate. Presente no estádio e na viagem de retorno ao norte do país (e aqui quero ressalvar a excelente iniciativa das casas do Benfica, clube e CP, que numa aprceria permitem aos adeptos do norte do país se deslocaram ao estádio comodamente e a baixo custo. A organização do comboio Benfica é excelente.), senti uma sensação estranha. Uma sensação de vazio, pois o Benfica não jogara e o jogo havia sido cancelado. A sede de futebol era muita e comum a todos, mas o adiamento, devido à intempérie, foi a melhor opção. O jogo foi remarcado com celeridade, para a terça-feira seguinte, ontem, com confdições climatéricas perfeitas. Mais uma vez me fiz presente. A afluência foi menor, mas mesmo assim os adeptos benfiquistas de todo o país fizeram questão de marcar presença. A atmosfera no estádio era excelente e o ambiente criado foi o perfeito para aquilo que iria culminar com uma vitória benfiquista.
Depois de soar o apito, cedo se percebeu que o Benfica é claramente mais forte que o Sporting, apesar da boa prestação dos leoninos no campeonato, substancialmente melhor que a da época passada. Num derby as incertezas quanto ao resultdo são muitas, mas a lógica, desta feita, imperou. A equipa esteve bastante bem durante todo o jogo, sufocando o Sporting em largos períodos do jogo e demonstrando uma excelente qualidade de jogo. As ocasiões sucediam-se, ora por mérito dos atacantes do Benfica, ora por uma defesa sportinguista claramente estática e sem “pedalada” para os artistas encarnados. Os leões foram uma equipa macia e practicamente não incomodaram Oblak. O guardião esteve sempre seguro durante o encontro. Apesar de não ter sido posto à prova verdadeiramente, transpirou confiança a sair dos postes e a segurar bolas aéreas. O quarteto defensivo funcionou bem, apesar de Maxi ter sentido algumas dificuldades perante Heldon, uns dos melhores do Sporting, atrás de Rui Patrício. Siqueira esteve em bom plano bem como os dois centrais. No meio-campo Enzo Pérez foi um autêntico monstro, jogou e fez jogar, sendo que a cereja no topo do bolo foi o fantástico golo que marcou. Já Fejsa realizou uma excelente partida também. É dele a recuperação de bola que resulta no primeiro golo e foi importantíssimo para neutralizar o meio-campo verde e branco. Nas alas, Gaitán e Markovic foram bastante úteis, tanto a defender como a atacar. Apesar de menos fulgurantes que em outros jogos, o argentino acabou mesmo por fazer o primeiro golo encarnado, num pouco habitual golpe de cabeça. Na frente, Lima e Rodrigo trabalharam imenso, fizeram um jogo de esforço, pressionaram a defensa do Sporting, abrindo espaços e servindo os seus colegas. Rúben Amorim trouxe frescura, dando ainda mais expressão ao meio-campo, sempre apoiando os seus colegas e fechou definitivamente os caminhos da baliza, caminhos esses que os leões pouco tinham desbravaram durante todo o jogo. Cardozo, o caça-leões, entrou mas pouco tempo teve para poder deixar a sua marca.
Se à primeira foi adiado, à segunda foi mesmo de vez e o Benfica venceu o jogo. O resultado peca por escasso pois o Benfica desperdiçou várias ocasiões de golo, principalmente por Rodrigo e Gaitán. O domínio foi claro e a vitória mais que justa, num jogo onde é também importante ressalvar a bonita festa feita pelos adeptos, em comunhão com a equipa, durante todo o jogo e depois do objectivo principal ter sido alcançado, os 3 pontos. O caminho a seguir é o das vitórias, sem qualquer tipo de deslumbramentos, pois ainda faltam muitas jornadas para o final do campeonato e muitos esforço físico, repartido por jogos da Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga Europa. Esta vitória, para além de assegurar a continuidade na liderança isolada da prova, é um tónico motivacional para uma caminhada árdua mas que se espera poder vir a ser vitoriosa. A equipa terá de se manter firme e não permitir escorregadelas como a de Barcelos.
A próxima jornada levará a equipa até Paços de Ferreira, para defrontar os castores. Enzo Pérez falhará o jogo devido a castigo. Tradicionalmente difícil, a deslocação ao reduto do Paços terá de ser encarada com seriedade e com a ambição e a vontade que levaram o Benfica a vencer o rival da segunda circular.
Noutro âmbito, a saída ou não de Garay será uma questão que se manterá em aberto até ao final do corrente mês. Uma possível saída do internacional argentino poderá ter efeitos nefastos na estrutura da equipa, se nos lembrarmos que Matic já abandnou a Luz neste mercado de inverno. Uma boa notícia será o mais que esperado regresso de Salvio, que brevemente estará apto para começar a somar minutos rumo ao ritmo desejado.
A subir: Enzo Pérez. Uma exibição de encher o olho no derby, coroada com um golo fantástico. Após a saída de Matic, Enzo afirma-se ainda mais no meio-campo do Benfica, aumentando ainda a sua preponderância na equipa.
A descer: Atlético Madrid. Três derrotas seguidas, duas para a Taça do Rei, frente ao Real Madrid e uma para o Campeonato, frente ao Almería e um “score” de 7 golos sofridos e 0 marcados. Estarão os “colchoneros” a perder o gás?