Escrito por: Bruno Pinho
Esta semana tem existido alguma especulação acerca da possível chamada de duas jovens promessas da formação do Benfica, João Cancelo e Ivan Cavaleiro, para o próximo compromisso da equipa principal, diante do Cinfães. Penso que nós, benfiquistas, ficaríamos satisfeitos se existisse uma integração objectiva e gradual destes dois jogadores, que têm tido um papel de destaque na segunda equipa encarnada.
João Cancelo é uma das promessas mais consistentes que a equipa B do Benfica possui. Este jogador tem tudo para ser, a curto/médio prazo, o substituto de Maxi Pereira. Dotado de muita técnica, é um lateral ofensivo rápido que dá bastante profundidade ao corredor direito e é bastante competente a defender. Lembro que foi graças à sua contribuição ofensiva que a equipa de juniores se sagrou campeã na época passada, apontando os dois golos da vitória dos encarnados frente ao Rio Ave. Há quem afirme que Cancelo é o maior talento produzido pela formação do Benfica desde os tempos do grande Rui Costa. Aguardo ansiosamente para ver a evolução deste grande jogador.
Por outro lado, temos Ivan Cavaleiro, o jogador do momento e um dos melhores marcadores da segunda liga portuguesa. Este avançado é um jogador polivalente, faz várias posições no ataque, ocupando preferencialmente a ala direita, mas também assume um papel de destaque alinhando como segundo avançado. É um jogador veloz, com muita técnica, joga muito bem em equipa e tem uma entrega ao jogo que fascina qualquer adepto.
Estas promoções não são novidade desde a criação da equipa B. Já na época passada, assistimos a uma integração no plantel principal de André Almeida e André Gomes, preenchendo algumas das lacunas da equipa resultantes das saídas de Axel Witsel e de Javi Garcia. Mas não são só estes jogadores que possuem uma margem enorme de progressão. Destaco entre outros, Bruno Varela, Lindelof, Bernardo Silva, Ruben Pinto, Fábio Cardoso, Sancidino Silva ou Nuno Santos. No caso de André Gomes, é notória a grande qualidade do jogador, é um jogador que se destaca sempre a nível exibicional, no entanto, não é aposta regular de Jorge Jesus.
Apesar da integração verificada, a aposta nos jogadores de formação está longe de ser satisfatória. O talento existe, as condições e as estruturas dos escalões de formação estão reunidas, mas será que o presidente e o treinador da equipa principal têm como prioridade o apoio e incentivo destes jovens talentos?
A história recente do Benfica mostra ano após ano um conjunto elevado de contratações com poucos critérios de qualidade e que sucessivamente não colmatam as lacunas que o plantel possui. Defendo que num clube como o Benfica a aposta nos melhores jogadores, independentemente da nacionalidade, é a prioridade imediata, mas não é o que tem acontecido em alguns casos. Será que Ola John é muito melhor que Ivan Cavaleiro? Pelos visto é, pois integra o plantel principal, no entanto, custou milhões e ainda não mostrou valor para vestir a camisola do clube.
Época após época verificamos que existe uma insistência em soluções que não são as melhores. Há que tomar decisões sempre em defesa daquilo que é melhor para o clube e não em defesa dos interesses notoriamente instalados, que estão associados aos empresários e à teimosia de Jorge Jesus. Espero que as oportunidades surjam para estas jovens promessas benfiquistas, mas espero sobretudo que o Benfica aposte claramente neles, de forma a transformar as palavras do presidente Luís Filipe Vieira em acções!
Os anti-túneis
E n’ “Os anti-túneis” desta semana:
Bruno de Carvalho (mais uma vez) com: «Sporting só não está em primeiro por erros de arbitragem.» Sem contar com os golos de Montero em fora de jogo, sem contar que na próxima jornada o Sporting irá deslocar se ao Dragão, concluo que o presidente do Sporting está a tornar se numa «virgem ofendida» do futebol português. Recentemente criticou Jorge Jesus por colocar pressão na arbitragem e agora presta estas declarações. O resultado de muitas entrevistas é este: a falta de coerência!
Saudações Desportivas!