Depois da arbitragem, vem agora à baila outra questão, que esta época, já gerou alguma polémica no futebol português. Refiro-me ao alargamento da liga portuguesa para 18 clubes.
A polémica teve início quando um rufia (ups!, Desculpem-me!), um senhor chamado Fiuza, proferiu a declaração que nenhum clube da primeira liga iria descer, a bem do alargamento. Em seguida diversas vozes surgiram contra esta ideia e, a este conjunto, eu adiciono a minha. Sou a favor de uma liga maior. No entanto, não é, para mim, exequível que nenhuma equipa desça. Vejamos, se isto fosse verdade (já negado por Mário Figueiredo), equipas como o Beira-Mar, o Feirense, o Vitória de Setúbal e a União Desportiva de Leiria – atualmente os últimos 4 classificados da liga – passariam o resto da época a jogar amigáveis? Qual o cariz competitivo atribuído aos jogos das equipas da metade inferior da tabela? Poderiam perder todos os jogos e, mesmo assim, seriam premiados pela sua mediocridade com a sua manutenção na liga. Cenário completamente impossível para instituições de renome, como a FPF e Liga de Clubes. O alargamento, deve ser feito de baixo para cima. Faz muito mais sentido do ponto de vista competitivo, que sejam as equipas dos escalões inferiores a batalhar pelos lugares cimeiros das respectivas ligas e, vitória atrás de vitória, alcançarem o merecido lugar nas divisões superiores.
Segundo uma entidade especialista das lidas futebolísticas, Rui Santos (não sei quem lhe deu o título, para mim jogava nos distritais), esta medida não passa, nada mais nada menos, de uma medida populista que nada resolve na estrutura do futebol. Acredito que não resolva todos os problemas, todavia, uma liga a 18 conseguiria resolver alguns. Uma liga maior representa mais jogos. Mais jogos representam um aumento na janela temporal competitiva. Os jogos seriam mais consecutivos e com menos paragens, favorecendo o espírito competitivo, as receitas das bilheteiras e, consequentemente, as receitas televisivas, pois, logicamente, o número de jogos transmitidos seria maior. Todavia, muitos dizem também que teríamos um campeonato mais desequilibrado. Actualmente com 16, o que vemos é um claro grupo de equipas na luta pelo título e outro claramente na luta pela descida. Com 18 aumentariam as equipas a meio da tabela que ambicionariam mais altos voos e, essas mesmas equipas, poderiam teoricamente, jogar as diversas partidas com menos pressão, aumentando o espetáculo e a probabilidade das equipas “GRANDES” perderam pontos. O alargamento seria também benéfico quando associado à partilha das receitas televisivas. Estas duas medidas em conjunto, possibilitariam um aumento da receita de todos os clubes que jogavam a primeira liga portuguesa.
Entre outros, também se refere que o alargamento iria perpetuar o baixo número de espectadores no estádios. O problema do baixo número de espectadores advém das obras erradas executadas durante o euro e não do maior ou menor número de clubes. Na minha humilde opinião, caso se confirme a subida de quatro equipas da segunda liga, penso que será possível aumentar o número de espetadores e a espetacularidade dado que, as equipas que sobem, possuem estádios adequados à sua realidade clubística. Ver um jogo no Marcolino e no estádio da Mata Real é uma experiencia única, que deve estar sempre presente no futebol português. Só vejo, com bons olhos, jogos em campos semelhantes, à boa maneira da liga inglesa…
Assim, em jeito de conclusão, deixo a ressalva que este possível alargamento seja executado da melhor maneira, de forma a beneficiar o futebol português e, acima de tudo, a espetacularidade e a competitividade da nossa maior competição, o campeonato da primeira liga!
Nota 1: Uma má decisão para o futebol português. A proibição de patrocínios das casas de apostas on-line. Uma das maiores fontes de receitas para os clubes da primeira liga pode ter acabado. Se grandes clubes, como o Real Madrid e o Milan, beneficiam deste patrocínio, por que razão é que os nossos clubes não? Não consigo entender…
Nota 2: Recentemente Klaus Jan Hunteelar, ponta-de-lança holandês do Shalke, referiu que espera uma vingança no próximo Euro frente a Portugal. Quem anseia vingança, nem sempre vence! Espero, sinceramente, que vá embora do Euro bem cedo e com vingança a por completar.