O FC Porto alega que o SL Benfica tentou fazer extorsão a árbitros, quando tentaram obter informações sobre factos privados, como se tinham ou não amantes, avança o Correio da Manhã esta segunda-feira. A questão está vertida no requerimento de abertura de instrução, quando o FC Porto diz que ao conhecer aquela informação privada o Benfica quis obter informação privilegiada, cujo fim se desconhece, escreve a mesma fonte. “Vemos que os assistentes não tiveram pudor em tomar conhecimento e guardar para si, sabe-se lá para quê, informações de natureza confidencial e privada, relativas à intimidade dos visados”, lê-se no extenso documento com mais de 200 páginas.
O FC Porto pergunta depois qual terá sido o motivo de o Benfica e os seus colaboradores terem tido conhecimento “das amantes, das relações ou mesmo das preferências dos árbitros e de outras personalidades de relevo no mundo do futebol”. “Efetivamente, só se alcança com o propósito de Pedro Guerra [comentador ligado aos encarnados] de manter toda esta informação de natureza sensível, íntima e privada, tenha sido o mesmo que se apontou quanto aos SMS de Fernando Gomes. A possibilidade de usar a informação em seu proveito, através de chantagem ou pressão.”
No mesmo documento, os azuis-e-brancos lembram que as críticas feitas pelo diretor de comunicação se inseriam na informação já obtida.“Sendo certo que não há sequer como suscitar questões ou dúvidas interpretativas relativas ao comportamento do Benfica e dos membros da sua estrutura. É pois mais que legítima a convicção de Francisco J. Marques da veracidade de tudo o que divulgou. Como é legítimo que tenha usado termos como ‘uma vigarice’ quando se referiu a Pedro Guerra.”
Outros dos argumentos fortes dos portistas neste requerimento de abertura de instrução é que Francisco J. Marques agiu com uma qualidade idêntica à do jornalista, tendo apenas como objetivo o interesse público. O tribunal cível já disse que tal não poderia ser no entanto equiparado.