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FC Arouca: do anonimato à montra europeia

CarlosPinho Arouca

CarlosPinho Arouca

Depois de três distinções consecutivas a individualidades, nomeadamente a Bruno Moreira, Pedro Santos e Léo Bonatini, o DomíniodeBola atribui o seu primeiro destaque nacional colectivo: vai direitinho para o Futebol Clube de Arouca.

Situada no Douro Litoral, a vila de Arouca ganhou recentemente mais uma marca identitária para além da vitela assada, do pão-de-ló fatiado, das inúmeras curvas para se lá chegar ou dos Passadiços do Paiva – o seu clube de futebol, claro está, pela vertiginosa ascensão desde a divisão distrital até ao 5.º lugar da Primeira Liga em menos de uma década.

A esta ascensão está incontornavelmente associado um nome: Carlos Pinho, o empresário que tomou conta do clube a partir de 2006 e o trouxe para o galarim do desporto-rei em Portugal. Com efeito, não é de todo despiciendo começar a desbravar a epopeia arouquense pela figura que teve o condão de a desencadear.

Ora, esta escalada triunfal teve um início prodigioso. Compreendendo as quatro primeiras temporadas com Carlos Pinho ao leme (2006/2007 até 2009/2010), o Arouca concretizou 3 subidas, trepando rapidamente da Primeira Divisão da Associação de Futebol de Aveiro para a Segunda Liga – na altura intitulada Liga Orangina. A título de curiosidade, as duas primeiras subidas, que foram consecutivas, tiveram Jorge Gabriel, o conhecido apresentador televisivo, na estrutura desportiva – no primeiro ano como adjunto de Rui Correia e no segundo como treinador principal, embora tenha saída antes do término da temporada.

Chegado à segunda divisão, o Arouca não demorou muito tempo até atingir o topo. Depois de ter conquistado um honroso 5.º lugar na primeira participação, a segunda experiência foi já menos boa, atingindo o 13.º posto. Mas, como diz o adágio popular, à terceira é de vez. E foi mesmo! Sob a orientação do especialista em subidas, Vítor Oliveira, o Arouca chega à liga maior nacional. Trocado por miúdos, o presidente Carlos Pinho precisou de apenas sete temporadas para tirar o Arouca do anonimato distrital e colocá-lo sob os holofotes em Portugal.

É com Pedro Emanuel que o Arouca disputa as duas primeiras épocas no escalão principal. O antigo central do Boavista e do FC Porto, com experiência como adjunto de Villas-Boas nos dragões, leva o Arouca a um confortável 12.º lugar na primeira época e a um inquietante 16.º na temporada seguinte, fugindo por pouco à despromoção. Perspectivando um percurso mais tranquilo, Carlos Pinho escolhe Lito Vidigal como treinador, ele que tinha saído do Belenenses, em litígio com a direcção, após uma boa prestação no Restelo.

Revelou-se mais um investimento acertado do presidente arouquense, pois a época do clube do distrito de Aveiro tem sido notável a todos os níveis, considerando as condições de que dispõe em comparação com outros emblemas. Lito, de voz arrastada e sonolenta, vai produzindo resultados incríveis, que muito poucos estariam à espera e que merecem a nossa mais sentida vénia.

São muitos os pontos que merecem ser enaltecidos. Por esta altura, importa destacar desde logo o 5.º lugar na tabela classificativa, com mais cinco pontos do que o Rio Ave e menos seis do que o Braga. Aliás, o Arouca cometeu a proeza de ser um dos quatro clubes – os outros são os denominados ‘três grandes’ –, que foram líderes da Liga ZON, proeza conseguida devido a um início de época a todo o vapor com duas vitórias e um empate.

A segunda dessas vitórias foi alcançada frente ao bicampeão nacional Benfica, o que por si só é merecedores dos maiores louvores. Todavia, o Arouca teria mais histórias para contar. Uma das mais badaladas reporta-se à 21.ª jornada, onde o conjunto arouquense arrancou uma vitória em pleno Estádio do Dragão por 1-2 que teve consequências nefastas para os portistas, com Maicon a ser o protagonista pelos piores motivos.

Outra nota relevante é o facto de o Arouca ser neste momento a equipa que há mais tempo está imbatível, somando sete partidas consecutivas sem conhecer o sabor da derrota – cinco triunfos e dois empates. São já dez as vitórias esta época, quatro delas na condição do visitante; números nunca antes atingidos na principal Liga portuguesa.

O conto de fadas do Arouca ainda vai a meio. Não se sabe até onde pode chegar, mas o quinto lugar seria histórico, pois garantiria pelo menos a 3.ª pré-eliminatória de acesso à Liga Europa. Um marco bastante significativo para quem há dez anos competia com o Bustelo, o Oiã ou o Carregosense por uma maior visibilidade em Aveiro.

 

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