Há jogadores estrangeiros – não muitos convenhamos, que deixaram marca de excelência no Futebol Português. Mesmo impossibilitados, por questões financeiras, de contratar craques no auge da carreira, os clubes nacionais conseguem, volta e meia, o milagre de colocar entre nós futebolistas excepcionais, que independentemente da camisola a que ficam associados, são lembrados com saudade e respeito.

O caso mais recente é de Pablo Aimar, jogador mágico que o Benfica em boa hora resgatou ao Saragoça, onde desperdiçava o talento. Oxalá o mago argentino possa continuar para lá do fim desta época na Liga Zon-Sagres, porque momentos como o que desenhou na passada sexta-feira no terceiro golo encarnado ao Rio Ave são contributos essenciais para encher os nossos estádios.

Ainda Aimar não tinha nascido, o FC Porto contratou Teófilo Cubillas, que andava desperdiçado pela Suiça, enriquecendo de forma extraordinária o nosso Futebol. Pelo que li, Cubillas foi um marco, uma referência, um farol. Assim como Salif Keita (reza o meu avô), que representou o Sporting, já em fim de carreira, onde mostrou os dotes de sobredotado que o tinham levado ao sucesso, antes, no Saint-Etiènne e no Valência. A esta shortlist, acrescentaria com toda a naturalidade, nomes como Balakov, Madjer, Valdo, Ricardo Gomes etc.

Quero com isto transmitir, que ninguém de bom senso deve desejar que se feche a porta aos estrangeiros. Os jogadores supracitados, deram muito ao nosso Futebol, ensinaram e foram modelo de várias gerações. São, por isso, apesar de estrangeiros, também nossos.

Mas parece-me que ninguém de bom senso deve desejar que franqueemos as portas dos nossos clubes a todo e qualquer perna-de-pau, contratado sabe-se lá porquê, que só vem impedir a progressão dos jovens da nossa formação. Toda a gente tem na memória nomes, como Michael Thomas, Quintana, ou Gladstone, aposto!

Por isso, nova legislação precisa-se. Legislação, que permita a chegada dos bons e impeça a entrada dos outros. Sem desrespeitar tratados europeus, é fundamental que a FPF e governo criem mecanismos de controlo de qualidade dos jogadores estrangeiros. Este sim, um desafio sério para o mandato que Fernando Gomes iniciou recentemente.

 

Por fim, duas notas:

         Luís Filipe Vieira:

De forma serena tem levado a água ao seu moinho, gerindo com eficácia o Futebol encarnado. A renovação com Maxi Pereira (é preciso recuar até Veloso para encontrar um lateral assim, à Benfica) é a mais recente boa nova para o nosso clube.

Desde que tomou posse, tornou o meu clube a marca mais conhecida e apetecível do mercado nacional.

Como está claro, nem tudo foram rosas na sua peculiar gestão. No entanto, marcos como a construção da nova Catedral do país, a dinamização vigorosa do nosso ecletismo, a edificação de dois pavilhões e piscinas, a fomentação da Benfica TV (sim, criou um canal, não alugou um já predefinido na plataforma da Zon) e acima de tudo, a credibilização, outrora perdida, do meu Sport Lisboa e Benfica não podem cair no esquecimento. Por tudo isto e muito mais, obrigado Luís Filipe Vieira.

 

       Mundial de Clubes:

Seis meses esteve o Santos a preparar-se para enfrentar o Barcelona, reteve o Danilo, já vendido ao FC Porto, evitou a saída do Neymar, abdicou do campeonato, fez parar um país inteiro na expectativa de desfazer a lenda do Barcelona e de Lionel Messi. Saldou-se tudo por uma derrota por 4-0 que, só não foi mais avolumada, por delicadeza dos catalães.
 
Não há volta a dar e só me resta afirmar: Este Barcelona nasceu para fazer história. Tem razão Neymar, quando no final do encontro confessou: “Hoje aprendi a jogar Futebol”.
 

Aproveito para desejar um feliz Natal a Todos, em especial aos amantes do “Domínio de Bola”.

 

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