Entrevista Exclusiva a Tiago Cerveira
5 min readO Domínio de Bola entrevistou Tiago Cerveira. O extremo foi adaptado a lateral e está a ser uma das grandes referências do CPP esta temporada, na posição de lateral esquerdo, ao serviço do Tirsense.
– Qual o balanço que faz, a nível individual, da época até agora?
R: Está a ser uma época bastante positiva, tenho sido muito regular e com isso tenho ajudado a equipa alcançar os seus objectivos, que é o mais importante.
– Sentes que está a ser uma das melhores da tua carreira enquanto sénior?
R: Sem dúvida, e os números comprovam isso, mas para mim o mais importante é dar o meu contributo à equipa para que esta possa conseguir os seus objectivos, neste caso, a permanência.
– Já não falta muito para a temporada terminar. Como perspectivas a próxima época? Vais continuar em Santo Tirso?
R: Faltam quatro jogos para acabar a época e estou focado em ajudar a equipa a conseguir o seu principal objectivo; neste momento é o que me preocupa, o futuro está entregue ao meu representante.
– Como te defines enquanto jogador?
R: Prefiro que sejam os outros a definirem-me enquanto jogador, mas acho que as minhas principais características são a velocidade, o cruzamento, o remate, a técnica e a intensidade que coloco em cada lance.
– Como surgiu essa adaptação a lateral esquerdo e como te tens sentido nessa posição?
R: Foi o meu treinador actual – mister Orlando Costa – que viu em mim características para poder desempenhar essa função e ajudar a equipa nessa posição e assim surgiu. Tenho-me sentido muito bem, com a ajuda dos meus colegas tudo foi mais fácil e hoje estou completamente adaptado e sinto-me cada vez mais um jogador completo.
– Já foste mencionado na imprensa desportiva pelo facto de teres feito dois golos sensacionais, dos melhores do CPP desta temporada. Tens algum segredo para isso?
R: Não, o único segredo é o trabalho e a dedicação diária, o resto acontece naturalmente.
– Indo um pouco atrás, passaste grande parte da formação no Sporting. Como recordas esses tempos?
R: Foram tempos muito positivos, onde cresci muito como jogador e principalmente como homem. Jamais esquecerei os tempos passados na Academia. Se hoje sou o que sou também devo muito aos anos que lá passei.
– O que é que faltou para que tivesses chegado mais longe em Alvalade?
R: São opções, temos que as respeitar. Prefiro guardar tudo o que de bom vivi e cresci lá, pois, como já disse na questão anterior, muito do jogador e pessoa que sou hoje devo a esses tempos.
– E na Académica, ficaste com alguma espécie de amargura por não teres sido aposta na equipa sénior, depois de teres lá voltado?
R: Sim, alguma, principalmente porque no último ano de júnior era presença assídua nos trabalhos da equipa sénior e o mister Ulisses Morais já tinha dado indicação para assinar contrato profissional, mas depois ele não ficou, a Académica contratou o mister Pedro Emanuel e essa hipótese desmoronou-se.
– Qual foi o treinador, jogador ou outro agente desportivo com quem conviveste e que mais te marcou?
R: A nível de treinadores, houve vários que me marcaram, principalmente todos os que tive na formação do Sporting, acima de tudo pelos valores humanos que nos transmitiram. Mas se tivesse que eleger seria a equipa técnica de juniores que tive na Académica: o mister Vaz Pinto, Filipe Silva e Tiago Conde, por tudo o que passámos nos dois anos em que trabalhámos juntos.
A nível de agentes desportivos, aquele que me marcou mais é sem dúvida o meu actual representante Nuno Correia, não só pelo que nos une profissionalmente, mas acima de tudo pelos laços fortes de amizade que criámos; é um segundo pai que o futebol me deu. Sei que com ele só tenho de estar concentrado em dar o meu melhor dentro das quatro linhas.
– Quais são os seus ídolos no futebol? Que jogadores admiravas quando ainda estavas nas camadas jovens e que agora, enquanto sénior, te servem de inspiração?
R: O Cristiano Ronaldo, sem dúvida, por tudo o que passou e trabalhou para conseguir chegar onde chegou, é o exemplo perfeito de que com trabalho, dedicação e sacrifício pode-se chegar ao topo.
Eu partilhei o balneário e cresci com grandes nomes do futebol mundial actual – Rui Patrício, William Carvalho, Adrien, João Mário, Cédric, Esgaio, Mané, entre outros. Como é óbvio, admiro-os muito e fico muito feliz por ver que conseguiram chegar ao patamar pelo qual sempre trabalharam e sonharam. Acredito, inclusive, que ainda vão chegar mais alto.
– És representado pela NCfoot do empresário Nuno Correia, conhecido por apostar em jovens talentos de divisões inferiores e transferi-los para clubes da Liga NOS. Acreditas que podes ser o próximo?
R: É claro que é para um dia poder alcançar o escalão máximo do futebol português que trabalho todos os dias, mas sinceramente não vivo obcecado com isso. Passo a passo, com muito trabalho e dedicação, acredito que esse meu objectivo acontecerá naturalmente
– Qual o clube, em Portugal, que sonhas representar um dia?
R: Claro que clubes como a Académica e o Sporting têm um significado especial para mim por tudo o que já lá vivi. Mas se algum dia isso vier acontecer qualquer equipa seria uma honra e orgulho representar.
– E no estrangeiro, há alguma liga ou um clube particular em que tenhas a ambição de jogar?
R: É claro que qualquer jogador sonha em um dia jogar nas ligas mais competitivas do mundo, como a espanhola e a inglesa, e eu logicamente que não fujo à regra, contudo e sinceramente, nesta fase da minha carreira não penso muito nisso.
– Para finalizar, agora que o campeonato está a chegar ao fim, quem acreditas que vai chegar ao título?
R: O Benfica é a equipa que está em melhor posição e a que tem o calendário teoricamente mais acessível, mas o Sporting também está bem e ao mínimo deslize do seu adversário directo, pode aproveitar. Vai ser uma luta até à última jornada.